terça-feira, 14 de dezembro de 2010

África Berço da Humanidade E Sua Contribuição Fundamental Para a Cultura E A Produção do Conhecimento Científico Mundial

Timbuktu Patrimônio da História da Humanidade
História Geral da África
Lei 10639/2003
                                                                         Elenice Semini
Há pelo menos três milhões de anos, a África vem contribuindo com culturas, conhecimento , técnicas e tecnologias para o mundo.  Tais conhecimentos foram repassados ao longo do tempo, não por  tribos como frequentemente se pensa a respeito dos povos africanos, mas por sociedades constituídas  e organizadas, é o que revela  A Coleção da História Geral da África.
No séc. XV Timbuktu contava com 100000 habitantes dentre os quais 25000 “estudantes” que freqüentavam a Universidade de Sankoré, atualmente transformada em mesquita.
 Timbuktu (em português Tombuctu), situada ao nordeste do atual Mali, ao sul do deserto do Saara. Na  cidade localiza-se o Centro Ahmed Baba, com sua monumental coleção de antigos manuscritos que registram  mais de um milênio de estudos que comprovam história de ricos reinos africanos, entre os quais o famoso Império Gana. O estudo desses documentos  é um novo olhar para a África e para o mundo.
Timbuktu foi sede de uma vida intelectual intensa.
Durante o período colonial, famílias de Timbuktu, que tinham o hábito de colecionar bibliotecas particulares constituídas por manuscritos em pergaminhos decidiram esconder seus livros, para evitar desvios. Por isso as obras passaram os últimos séculos escondidas Manuscritos foram enterrados, escondidos no fundo de poços ou levados para longe, em grutas ou no deserto de Saara.
Desde 1964 a  Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),   fez um apelo para recuperar e reunir este precioso acervo. A partir dos anos 90 parte dele começo a aparecer (aproximadamente 200 bibliotecas particulares), e estão sendo realizados projetos e conservação e preservação.
Mais de 15000 documentos já foram exumados catalogados sob orientação da UNESCO. Outros 80000 estão em algum lugar, em baús ou no fundo de celeiros da cidade mítica. Escritos preciosos  que fizeram a glória do  vale do rio Níger entre os séculos XIII e XIX, estão ameaçadas de decomposição e de pilhagem por traficantes.
As três grandes cidades da região (Timbuktu, Gao e Dejanné) tornaram-se os pólos de uma efervescente civilização islâmosudanesa cuja memória permaneceu viva. No século XV Timbkutu contava com 100000 habitantes, dos quais 25000 “estudantes” que freqüentavam a universidade de Sankoré, atualmente transformada em Mesquita.
As conferências dos ulemás, sábios muçulmanos eram transcritas por copistas sobre cascas de árvores, omoplatas de camelos, peles de carneiro, ou papel proveniente do Oriente e depois da Itália. Assim, ao longo dos séculos, foi se constituindo um preciosos corpus filosófico, jurídico e religioso.
Considerados como um maná científico inédito, os manuscritos contradizem o mito da oralidade africana.
O Mali foi ocupado pelos franceses em finais do séc. XIX, tendo se tornado parte do “Sudão Francês” em 1890. Em 1958, o território tornou-se autônomo, mas fazendo parte da “Comunidade Francesa” e alcançou independência em 11 de setembro de 1960.  
http://www.enciclopedia.com.pt/articles. php?Article_id=982

                            MANUSCRITOS DE TIMBUKUTU

 
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/manuscritos_do_timbuktu_do_deserto_para_a_net.html

Leio com emoção e orgulho que em 09.12 p.p. a UNESCO no Brasil, o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),  lançaram no Brasil a Coleção História Geral da África em Português. A edição completa da coleção já foi publicada em inglês, árabe,  francês e em várias outras línguas incluindo hausa, e swahili. A obra teve sua primeira edição em inglês  em 1981. Durante 30 anos, 350 pesquisadores/especialistas das mais diversas áreas de conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. A obra possui  oito volumes e aproximadamente dez mil páginas, que integram a coleção abordam o continente  desde a pré história até a década de 1980, passando pelo Egito Antigo,  por diversas civilizações e dinastias, pelo tráfico de escravos, pela colonização européia e pela independência dos diversos países. A África é destacada como berço da humanidade e de contribuição fundamental para a  cultura e a produção  do conhecimento científico mundial.
Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente.
“Ao se disseminar no país o conhecimento sobre a África, é possível promover uma importante mudança das relações étnico-raciais. Existe uma preconcepção de que a história da África começa a partir da colonização e do tráfico negreiro. Mas as contribuições do continente para a humanidade são muito maiores e muito mais antigas do que o imaginado pelo senso comum. E isso precisa ser conhecido.”Vicent Defourny, representante da UNESCO no Brasil.
A História e a Redescoberta dos valores africanos no Brasil e no mundo:  A coleção é base para pesquisa de especialistas e profissionais de todo o mundo que de alguma forma lidam com a história do continente, bem como subsidia a formação  de professores de diversas áreas do conhecimento, constituindo extensa fonte para a produção de material pedagógico voltado para as escolas. Possibilita também  a   transformação das relações étnico-raciais no país. A intenção é fazer com que professores e estudantes lancem um novo olhar sobre o continente africano e entendam sua contribuição para a formação da sociedade.
 Lei 10639/2003 – Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
A coleção da História Geral da África em língua portuguesa será distribuído pelo Ministério da Educação e estará a disposição dos interessados em todas bibliotecas municipais, estaduais e distritais; nas bibliotecas das Instituições de Ensino Superior, dos Polos da Universidade Aberta do Brasil, dos Núcleos de estudos Afro-Brasileiros, dos Conselhos Estaduais ou Distrital de Educação. Mais informações   www.unesco.org.br

Nenhum comentário: