sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O estudante espancado até a morte

Universitário é espancado até a morte por policiais em MT
Estudante de Guiné-Bissau foi espancado em pizzaria em Cuiabá

 Cuiabá/MT -  O estudante africano Toni Bernardo da Silva, 27 anos, do Curso de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso, foi morto a pancadas na noite desta quinta-feira (22/09) em uma pizzaria do bairro Boa Esperança, em Cuiabá, Mato Grosso.

Os acusados, segundo a Polícia, são dois policiais militares e um empresário filho de um delegado aposentado, cujos nomes não foram revelados. Os três estão presos. O estudante, que é natural da Guiné-Bissau, morreu no local sem tempo de receber socorro médico.

Segundo relato da Polícia Civil de Cuiabá, a vítima chegou a pizzaria por volta das 23h e teria começado a pedir dinheiro aos freqüentadores. Numa das mesas esbarrou na namorada do empresário. Foi então que os dois policiais militares, que estavam à paisana, o retiraram à força e começou a sessão de espancamentos, que levou o universitário à morte.

Os policiais acusados prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na presença do representante da Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso.

Cínicamente os assassinos disseram que apenas imobilizaram o rapaz. A perícia feita pelo Instituto Médico Legal (IML) aponta que o estudante foi morto por asfixia e devido a uma lesão na traquéia.

Tristeza

Nito Jorge Gomes, que já foi aluno da UFMT e era amigo de Toni, disse que o rapaz era uma pessoa pacífica. “A gente conhece Toni. Ele não tinha coragem de agredir ninguém. Esta situação é muito triste”, afirmou. A família do estudante já foi avisada e o traslado do corpo será feito após entendimentos com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e da Guiné Bissau.

Universidade

Segundo a Assessoria da UFMT, o estudante fazia parte do Programa Estudante Convênio de Graduação e deveria se formar no ano passado, porém, abandonou o curso por causa do uso de drogas.

Em nota, a UFMT garante que prestou a assistência necessária ao estudante. “Foram prestadas assistência e acompanhamento psicológico ao estudante, por meio da Coordenação de Assistência e Benefícios (Cabes), sem a adesão satisfatória [do aluno]”.

A Pró-Reitora de Ensino e Graduação da UFMT, Miriam Serra, disse que já acionou a Polícia Federal para atuar no caso. “Todas as medidas que estiverem ao alcance da UFMT serão tomadas em solidariedade”, disse.

Fonte:  Afropress, com informações da Agência de Notícias

 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mulheres brasileiras pedirão na ONU maior combate ao racismo na América Latina

A reunião Instituto da Mulher Negra  faz parte dos debates da 66ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Luciana Lima

 Brasília - A necessidade de uma atenção maior ao problema da mulher negra na América Latina será levantada por representantes da organização não governamental (ONG) Geledés - Instituto da Mulher Negra, que participam hoje (22), em Nova York, da reunião de alto nível sobre os dez anos da Conferência de Durban. A reunião faz parte dos debates da 66ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Nilza Iraci, uma das representantes da ONG, foi a escolhida para representar as mulheres brasileiras no encontro. Em entrevista à Agência Brasil, ela disse que aproveitará o tempo para lembrar que as mulheres negras estão na base da pirâmide social, não só no Brasil, mas nos demais países da América Latina e do Caribe. Segundo ela, racismo e sexismo andam juntos na região e precisam ser enfrentados pelos governos.

"Racismo e sexismo andam juntos e sem essa conciência não se resolve a questão", disse Nilza. Para ela, é preciso lembrar que no caso da mulher negra, na região, há uma dupla vitimização. "Basta olhar a base da pirâmide social no Brasil. São as mulheres negras que recebem os menores salários, que não têm acesso aos serviços de saúde de qualidade. Há um conjunto de situações que afetam, especialmente, a vida das mulheres negras", destacou.

Nilza Iraci terá cerca de três minutos para falar. Também está previsto na reunião um discurso da ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

Para as mulheres, o que se espera do discurso da ministra é a garantia de que o Brasil continuará enfrentando essa questão com prioridade, com o fortalecimento da Seppir e da Secretaria de Políticas para as Mulheres, comandada pela ministra Iriny Lopes. "Essas secretarias são referência e devem servir de exemplo para os demais países da América Latina e do Caribe.

No discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, feito ontem (21), a presidenta Dilma Rousseff citou a questão racial e de gênero, de forma geral. Para a representante da ONG Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) Guacira Oliveira, é esperada na fala de Luiza Bairros a reafirmação do compromisso de continuidade e incremento das políticas voltadas para esse público.

Outro ponto polêmico, em que se espera uma política mais eficaz, é a questão da violência. Os assassinatos de negros ainda são muito maiores. "No Brasil, o problema da violência é permanente e muito grave", enfatizou Guacira, que está em Nova York para a reunião.

Ela defendeu também maior compromisso da ONU na resolução de conflitos étnicos.

"Os recursos das agências para a questão da igualdade ainda são ínfimos. Existem muitas guerras étnicas, mascaradas de guerras religiosas, que precisam ser resolvidas", disse.
A Conferência de Durban, em 2001, tratou de todas as formas de discriminação, racismo e xenofobia. O Brasil desempenhou papel de protagonista no encontro e, depois, na implementação de políticas raciais. A reunião de hoje tem o objetivo de homenagear os dez anos da conferência e, ao mesmo tempo, avaliar os esforços feitos pelos países desde então e os avanços obtidos.

Fonte:Agência Brasil

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

PF investiga a Vale em operação para combater grilagem

Investigação da PF

Paulo Peixoto  
De Belo Horizonte

A Polícia Federal investiga um suposto esquema fraudulento de apropriação de terras públicas do Estado de Minas Gerais ricas em minério de ferro e suspeita do envolvimento da mineradora Vale.

A PF e os Ministérios Públicos Federal e estadual querem saber as razões de a companhia ter pago R$ 41 milhões a supostos integrantes de uma quadrilha que fraudava títulos de terras públicas.
A Vale diz desconhecer o inquérito.

De acordo com documento do Ministério Público de Minas, a transação financeira foi registrada pelo Coaf, órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo combate à lavagem de dinheiro.

A Operação Grilo, deflagrada ontem em cidades do norte de Minas, resultou na prisão de nove pessoas -uma ainda está foragida- e no cumprimento de mandados de busca e apreensão.

Foram presos funcionários públicos, um empresário e uma tabeliã.
Em petições do Ministério Público estadual, às quais a Folha teve acesso, os promotores apontam ainda como suspeitos os prefeitos de Indaiabira e Vargem Grande do Rio Pardo, os irmãos Marcus (DEM) e Virgílio Penalva Costa (DEM), respectivamente. Ambos foram afastados.

Também em razão da investigação, o governo de Minas afastou ontem o secretário de Regulação Fundiária, Manoel Costa. Dois funcionários do Iter (órgão do Estado responsável pela regularização de terras), que estão entre os presos, foram exonerados, segundo o governo.

Conforme as investigações, o esquema utilizava documentos emitidos pelo Iter para dar a posse de terrenos a laranjas, que transferiam as terras para intermediários da organização criminosa. Estes negociariam as terras com mineradoras.

Segundo documento do Ministério Público, "em apenas um dos casos sob investigação, a Vale S/A comprou -efetuando pagamento único e em espécie- vasta extensão de terras subtraídas criminosamente do Estado de Minas Gerais pelo espantoso valor de R$ 41 milhões".

A operação financeira detectada pelo Coaf foi realizada em 28 de agosto, segundo o Ministério Público.
Os promotores acusam a Vale e a empresa Floresta Empreendimentos Ltda de "patrocinar" disputa por terras no norte de Minas.

Ainda segundo o Ministério Público estadual, a Floresta Empreendimentos é uma empresa de fachada, cujos sócios são empresas sediadas no Uruguai.

Danilo Bandeira/Editoria de Arte/Folhapress
Fonte: Folha.com.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

8 de Setembro Dia Internacional de Luta contra o Analfabetismo

Brasil: 14,6 milhões de analfabetos

De acordo com os últimos dados do IBGE, o Brasil ainda possui quase 15 milhões de analfabetos e, o que é pior, alcança uma parcela representativa de adolescentes.

Por isso que vale prestar atenção ao Dia Internacional de Combate ao Analfabetismo, nesta quinta-feira (08.05), data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O analfabetismo sobrevive em pleno século 21, tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento.

Milhões de indivíduos – particularmente mulheres – não têm acesso ao direito mais básico da educação: a alfabetização. Há também outros que, mesmo sabendo ler e escrever frases simples, não possuem as habilidades necessárias para satisfazer as demandas do seu dia-a-dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente.

No Brasil a situação preocupa com 14,6 milhões de pessoas analfabetas, de acordo com os dados do Censo-2010, do IBGE. O Distrito Federal, nesse particular, está de parabéns: possui o menor índice de analfabetismo do Brasil, 3,25% da população. Alagoas é o Estado da Federação com mais analfabetos, segundo ainda o IBGE, 22,25% da população. Mesmo tendo a menor taxa de analfabetismo do Brasil o DF luta para reduzir ainda mais os números que, comparados com os de países desenvolvidos, ainda são elevados.

População mundial, 20% de analfabetos

Segundo a UNESCO, 20% da população mundial ainda é analfabeta. A alfabetização é a porta para a educação, que deve ser mantida aberta ao longo de toda a vida. O dia da alfabetização foi instituído pela Organização das Nações Unidas para lembrar esse desafio e ao mesmo tempo homenagear aqueles que se dedicam, freqüentemente em condições difíceis, à missão de alfabetizador.

A situação da educação no Brasil apresentou melhorias significativas na última década: houve queda da taxa de analfabetismo e aumento da escolaridade média e da freqüência escolar. As estratégias de combate ao analfabetismo no Brasil devem diminuir o índice entre na população jovem e adulta, encaminhando-os para continuarem seus estudos. Também é preciso melhorar a qualidade de ensino básico, de forma a garantir que todas as crianças sejam efetivamente alfabetizadas, progridam normalmente nas séries e aprendam.

A situação no Brasil

De acordo com o Censo 2010, entre mais de 162 milhões de brasileiros com mais de dez anos de idade, 9,02% deles, ou seja, 14,6 milhões não sabem ler nem escrever. Dessas pessoas, 9,4 milhões vivem em cidades e 5,2 moram em áreas rurais. A região Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo, com 17,6% da população, seguida da região Norte, Centro-Oeste e Sudeste com mais de dez anos de idade. A região Sul tem o menor índice de analfabetismo, 4,7%. Alagoas é o estado com maior índice de analfabetismo, 22,52%!

Uma análise detalhada do Censo do IBGE, feita recentemente pelo jornal “Folha de S. Paulo” mostra que, apesar de quase R$ 3 bilhões investidos pelo governo federal na alfabetização de adultos, uma vez completados 20 anos de idade, foram poucos os analfabetos que aprenderam a ler e escrever entre 2000 e 2010. A erradicação do analfabetismo na década passada era meta do Plano Nacional de Educação.

No total da população de 15 anos ou mais, a proporção de iletrados caiu de 13,6% para 9,6%. Essa redução, no entanto, ocorreu principalmente entre crianças e jovens. Entre os brasileiros que começaram a década passada entre 20 e 49 anos, os avanços foram residuais. De acordo com dados do censo, em 2000, esse grupo tinha taxa de analfabetismo de 10%. Dez anos depois, portanto, com idades de 30 a 59 anos, essa geração terminou a década com proporção de 9,5% de analfabetos, queda de 0,5 ponto percentual.

Para o ministro Fernando Haddad (Educação), a maior dificuldade na alfabetização de adultos hoje é que ela está concentrada no meio rural. Ele argumenta que o problema não está na oferta, mas na falta de demanda por parte de uma população ocupada principalmente em atividades agrícolas. “Se considerarmos apenas a população de 15 a 59 anos nas cidades, a taxa de analfabetismo é de cerca de 5%. No meio rural, essa proporção se aproxima de 20%.”


Fonte:Blog do Max

Cidadania e Protestos

Manifestação Popular contra a Corrupção 

No dia da independência do Brasil, foi surprendente a mobilização convocada através das  redes sociais que estendeu-se a várias capitais brasileiras.

Foi um protesto contra a Corrupção - há um clamor público por moralidade e ética na política -, os manifestantes exigem o fim da corrupção - desvios na utilização de dinheiro público, voto secreto no Congresso, aplicação da Lei da  Ficha Limpa, transparência nos gastos públicos.      

Há uma insatisfação e indignação da sociedade pela impunidade aos crimes de "colarinho branco". Utilizando cartazes, faixas,vassoura, baldes (simbolizando faxina), caixas de som, bandeiras, tambores, para chamar atenção da presidente Dilma e  políticos que estavam no palanque oficial; para  assistir o desfile da Independência; o som não foi ouvido naquele local.A caminhada atravessou a Esplanada dos Ministérios e terminou diante do Congresso Nacional.

Os protestos apoiam que a presidente Dilma continue adotando ações contra atos de corrupção.

Manifestantes fizeram lavagem simbólica do Congresso Nacional e dos Ministérios dos Transportes, demonstraram descontentamento com partidos políticos e cobraram do governo, do Congresso e do Judiciário punição aos envolvidos em atos de corrupção. 

Os caso do mensalão e da deputada Jaqueline Roriz (PMN), recentemente absolvida em votação da Câmara, após ser flagrada recebedo propina foi lembrado nos cartazes e faixas.
OAB (ordem dos Advogados do Brasil) CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa, publicaram manifesto conjunto contra a corrupção e de apoio aos protestos.

Em seu pronunciamento o presidente da OAB afirmou "Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça."





Aproximadamente 25000 pessoas participaram da Marcha de Brasília, a mais numerosa.

ES.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cultura e Identidade

Eduardo no SESC Pompéia

                                                                                                                                   Elenice Semini

Para os que tem boas recordações das festas com DJs que tocam discos de vinil, amanhã (07/09) tem "FESTA DO VINIL", na CHOPERIA DO SESC POMPÉIA que será transformada numa pista de dança, para todas as idades.

DJs pioneiros de São Paulo serão os responsáveis pelo evento. Eduardo estará presente, com seu estilo jazzistico e romântico.

Eduardo J. Oliveira, sobrinho neto do Maestro Bem (um dos fundadores do clube Paulistano da Glória),  nas décadas de 60 e 70, promoveu encontros em seus famosos bailes,  que  promovia a integração do cotidiano dos jovens negros pobres; submetidos a uma dura realidade de racismo e exclusão;  das zonas norte, sul, leste, oeste, centro, interior e litoral  de São Paulo.

Bailes de Eduardo, produziam  movimentação financeira nas relações comerciais de famílias nas comunidades periféricas envolvendo:  locação de salão, gráfica,  salões de beleza, manicures, barbeiros, alfaiates, engraxates, modistas (costureiras), lojas de discos, fotógrafos, taxistas,  auxiliares de evento.

Eduardo entrevistado por Mano Brown

O músico e cantor  Mano Brown no DVD "1000 Trutas, 1000 Tretas",  produziu e dirigiu  em 2006,  documentário, trabalho (iniciado em 2004)  fruto de quase 3 anos  de pesquisa em bibliotecas, nos acervos do Museu da Imagem e do Som (MIS) e da TV Cultura.

A preocupação principal era traçar uma linha que ligasse o jovem negro e o jovem pobre da periferia aos acontecimentos do pós-abolição, na trajetória de um povo que desenvolveu estratégias de sobrevivência e resistência nestes 200 anos.Eduardo é um dos DJs pioneiro entrevistado por Brown em seu competente trabalho de pesquisa.
O documentário está disponível na Internet no programa ARES.

Onde: Choperia Sesc Pompéia   
Dia 07 de setembro
Ingresso grátis, retirar na bilheteria.