domingo, 17 de junho de 2012

Ministra destaca demora do Judiciário no processo da igualdade de gêneros

A corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, disse nesta sexta-feira (15/6) que o Judiciário foi o último dos Poderes da República a implementar a igualdade de gênero entre homens e mulheres. Segundo a ministra, apenas em meados da década de 90 descobriu-se que o Judiciário era o único dos Poderes que não possuía mulheres em sua cúpula.

“Quando o Brasil começou a colher dados para a conferência internacional de Beijing descobriu que todos os poderes tinham em sua cúpula representantes do sexo feminino, menos o Poder Judiciário. Em 1997 não havia qualquer mulher na cúpula dos tribunais superiores”, afirmou a corregedora, ao participar do fórum “Equidade de Gênero – Pressuposto para o Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A mudança, segundo a ministra, veio em 1998, quando a Presidência da República assumiu o compromisso de indicar mulheres para os tribunais superiores. Em 1999, a ministra Eliana Calmon foi indicada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, no ano seguinte, a ex-ministra Ellen Gracie tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Isso aconteceu graças a um valoroso movimento de mulheres que praticamente forçou o Estado a tomar essa diretriz”, declarou a ministra. Eliana Calmon falou sobre a importância da igualdade de gêneros para o equilíbrio da sociedade. “A igualdade é política pública para o equilíbrio da sociedade e não teremos uma sociedade equilibrada se não inserirmos nesse contexto a mulher, principalmente quando 40% dos chefes de família são mulheres”,  mesmo com as conquistas alcançadas pelo movimento feminista nos últimos anos, o poder, ainda hoje, é masculino e as mulheres enfrentam dificuldades em chegar à cúpula dos órgãos, entidades e empresas em que trablham.

O fórum faz parte do projeto Humanidades e é um dos eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece até o dia 22 de junho na capital fluminense.

Fonte: Agência CNJ de Notícias

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