Impedido de entrar no Brasil na semana passada, o jornalista e ativista moçambicano Jeremias Vunjanhe foi recebido na noite da segunda-feira (18) com festa no aeroporto internacional do Galeão, na zona norte do Rio.
Cerca de cem pessoas do movimento Justiça Ambiental-Amigos da Terra, do qual ele faz parte, recepcionaram o jornalista.
O ativista, que foi impedido de entrar no Brasil pela Polícia Federal de São Paulo no dia 12, vai participar de debates na Cúpula dos Povos, um dos eventos paralelos da Rio + 20.
Na semana passada, ele estaria em um encontro de atingidos pela Vale, que aconteceu no Rio, no dia 16. Vunjanhe disse que foi deportado sem receber explicações e seu passaporte recebeu o carimbo "impedido".
Sérgio Rangel/Folhapress | ||
Para voltar ao Brasil na segunda-feira (18), o ativista precisou tirar um novo passaporte e de um novo visto, concedido após encontros com o embaixador brasileiro em Moçambique.
No Galeão, o jornalista afirmou que sofreu ameaças da mineradora e do governo Moçambicano por seu trabalho de denúncia contra os maus-tratos em regiões próximas de onde a empresa opera no seu país.
Segundo Vunjanhe, um funcionário da Vale teria tentado intimidá-lo a interromper seu trabalho. Ele contou que tem fotos e vídeos que provam os maus tratos a que moçambicanos vem sofrendo em seu país pela empresa.
"São cerca de 1.365 famílias que foram deslocadas pela Vale e perderam suas terras. Nos últimos 13 anos, elas têm denunciado as precárias condições a que são submetidas, mas a empresa e o governo tem optado por deixá-las abandonadas", afirmou o jornalista.
O ativista afirma que tem fotos de pessoas espancadas pela polícia moçambicana durante um protesto feito contra a Vale. A manifestação ocorreu em janeiro, em Katembe.
Fonte: Folha.com
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