Os dados apurados pela Folha sobre homicídios cometidos entre 24 de outubro e 27 de novembro geram grande preocupação.
A ação de criminosos, que atiram em um grupo de pessoas, nos trazem tristes lembranças das décadas de 1970 e 1980, quando a violência estava sem controle.
Estudos indicam que a maioria dos homicídios dessas décadas estava associada a execuções sumárias e grupos de extermínio. O caso mais emblemático desse período é o do Cabo Bruno, condenado por mais de 50 homicídios e recentemente morto.
Já nos anos seguintes, os homicídios passaram a ser predominantemente associados a brigas domésticas ou nos bares e casos passionais.
Entre as razões para a mudança, estão fatores socioeconômicos, demográficos e também ações catalizadoras de políticas de modernização da segurança pública.
O Estado, a partir de 1995, optou por fortalecer suas polícias e aumentar a transparência e o controle como mecanismos centrais de gestão.
E é nesse contexto que outro dado chama atenção: dos 93 distritos da capital, 19 não informaram dados sobre homicídios, ampliando ecos de um passado que teima em nos rodear até hoje.
Isso não pode acontecer, pois sem acesso a informações, somos reféns do medo.
A boa notícia é que o novo secretário da Segurança, Fernando Grella, foi claro ao reconhecer que o Estado precisa revitalizar suas políticas de segurança, eliminando tais ecos e dando voz àqueles que creem na valorização e proteção dos policiais e da sociedade.
Samira Bueno, socióloga e secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Fonte: Folha
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