quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

1 branco é morto no País para cada 2 negros

Mapa da Violência mostra que, em 2008, morreram 103% mais negros assassinados no Brasil; crimes contra eles não param de crescer
 
Lisandra Paraguassu - O Estado de S.Paulo
Rafael Moraes Moura/ Brasília
 
No Brasil, em cada três assassinatos, dois são de negros. Em 2008, morreram 103% mais negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença já existia, mas era de 20%. Esses números estão no Mapa da Violência 2011, um estudo nacional que será apresentado hoje pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz.

Os números mostram que, enquanto os assassinatos de brancos vêm caindo, os de negros continuam a subir. De 2005 para 2008, houve uma queda de 22,7% nos homicídios de pessoas brancas; entre os negros, as taxas subiram 12,1%.

O cenário é ainda pior entre os jovens (15 a 24 anos). Entre os brancos, o número de homicídios caiu de 6.592 para 4.582 entre 2002 e 2008, uma diferença de 30%. Enquanto isso, os assassinatos entre os jovens negros passaram de 11.308 para 12.749 - aumento de 13%. Em 2008, morriam proporcionalmente mais 127,6% jovens negros que brancos. Dez anos antes, essa diferença era de 39%.

Paraíba. Os dados são mais impressionantes quando se analisam números de alguns Estados. Na Paraíba, em 2008, morreram 1.083% mais negros do que brancos. Em Alagoas, no mesmo ano, foram 974,8% mais mortes de negros. Em 11 Estados, esse índice ultrapassa 200%. As diferenças são pequenas apenas nos Estados onde a população negra também é menor, como no Rio Grande do Sul, onde a diferença é de 12,5%; Santa Catarina, com 14,7%; e Acre, com 4%.

O Mapa da Violência 2011 mostra que apenas no Paraná morrem mais brancos do que negros, com uma diferença de 34,7%. Na população jovem, o campeão é Alagoas. Em 2008, morreram 1.304 % mais negros que brancos. Na Bahia, onde se concentra a maior população preta e parda do País, a diferença foi de 798,5%.

Pobres. "Alguns Estados têm taxas insuportáveis. Não é uma situação premeditada, mas tem as características de um extermínio", disse Waiselfisz, em entrevista ontem ao Estado. "A distância entre brancos e negros cresce muito rápido", ressalta.

O pesquisador credita essa diferença à falta de segurança que envolve a população mais pobre, em que os negros são maioria. "O que acontece com a segurança pública é o que já aconteceu com outros setores, como educação, saúde, previdência social: a privatização. Quem pode paga a segurança privada. Os negros estão entre os mais pobres, moram em zonas de risco e não podem pagar."

PARA ENTENDER

O Mapa da Violência utiliza o sistema de classificação de cor adotado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para simplificação, negro passou a ser adotado tanto para os que se declaram pretos quanto para os pardos. O sistema só incluiu a informação em 2002, quando 92% dos óbitos já relacionavam a cor da vítima.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo


ONU Mulheres

A voz das meninas e das mulheres na ONU
 
Elenice Semini

Hoje 24/02 no Salão da Assembléia Geral, será o lançamento oficial da sua mais nova organização "A ONU Mulheres", criada em julho de 2010 e   tem como diretora-executiva a ex presidente do Chile, Michele Bachelet.

É mais um esforço da organização mundial que  reuniu outros quatro órgãos da ONU que  tratam da Igualdade de Genêro e o Empoderamento das  Mulheres.

Bachelet afirmou "Historicamente, nós estamos em um momento de grandes mudanças e potenciais para as Mulheres no mundo". Uma das prioridades da agenda de Bachelet é o "Fim da Violência Contra a Mulher". 

A ONU considera que a violência contra as mulheres e as meninas "é um problema universal", já que há vítimas em todas as regiões e países do mundo. Em novembro de 2010, Ban Kin-mon e Michelle Bachelet pediram uma ação conjunta dos países para eliminar a violência contra as mulheres, além de maior participação do setor privado no combate ao problema.

"Com o nascimento da ONU Mulheres, recebemos uma energia extra para o progresso da igualdade de genêro e o empoderamento das mulheres. Os desafios são grandes. Mas acredito que a nova energia, o novo impulso e a nova hierarquia que a ONU Mulheres traz consigo vão superar esses desafios. A verdadeira igualdade de genêro deveria ser o nosso legado comum para o século 21", disse Ban Kin-moon.

"Imaginem o quanto poderemos fazer, quando as mulheres tiverem o pleno empoderamento como agentes ativas de transformação e progresso das suas sociedades" "Historicamente, vivemos um momento de grandes potenciais e mudanças para as mulheres. Chegou a hora de agarrar essa oportunidade. Minha própria experiência me ensinou que não existem limites para as conquistas das mulheres". disse Michelle Bachelet


O secretário-geral da ONU Ban Kin-moon fará pronunciamento na solenidade, que contará com a presença de autoridades da política,  negócios, entretenimento e música,  unidos para celebrar o momento histórico da nova agência que representará meninas e mulheres do mundo.

O lançamento da nova instituição  ocorre na 55a sessão da Comissão da ONU.

O evento de inauguração da ONU Mulheres terá transmissão multimídia no site http://bit.ly/unwomenlaunch.
Para uma transmissão de qualidade superior, faça contato com a UNTV, James Ludlam, ludlam@un.org.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Anistia Internacional Famílias Guarani-Kaiowá

Proteja os direitos da população indígena no Brasil

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Trinta e cinco famílias Guarani-Kaiowá da comunidade de Laranjeira Ñanderu, entre as quais cerca de 85 crianças, estão vivendo em tendas improvisadas à beira  da movimentada rodovia BR-163, no Mato Grosso do Sul. As condições em que se encontram são deploráveis. Além de tudo, elas vêm enfrentando ameaças e intimidações de seguranças armados contratados por fazendeiros locais. PARTICIPE E DIVULGUE!
                                  

 
Em setembro de 2009, as famílias foram expulsas de suas terras tradicionais. A Polícia Federal, que supervisionou a expulsão, informou ao proprietário que a comunidade retornaria ao local para recolher os objetos que tiveram que deixar para trás. Porém, o proprietário incendiou as casas e todos os pertences dos moradores. Agora, a comunidade está vivendo em barracas de lona reta, num lugar em que as temperaturas ultrapassam os 30o C. A área sofre constantes alagamentos e fica repleta de insetos e de sanguessugas. Segundo membros da comunidade, fazendeiros locais costumam circular com seus carros em alta velocidade pela rodovia, direcionando os faróis contra as barracas para intimidar a comunidade.
 
Aproximadamente 30 mil Guarani-Kaiowá vivem no estado de Mato Grosso do Sul, no centro-oeste brasileiro. Há mais de um século, suas comunidades vêm sendo expulsas de suas terras pela expansão da agricultura de larga escala – um processo que continua até hoje. Para as comunidades afetadas, as consequências podem ser devastadoras.
 
O fato de as autoridades brasileiras não assegurarem o direito à terra dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul só faz aumentar as dificuldades econômicas e o deslocamento social das comunidades Guarani-Kaiowá. Atualmente, mais da metade dos jovens Guarani-Kaiowá se vê obrigada a percorrer distâncias longínquas dentro do estado para trabalhar como cortadores de cana nas plantações, geralmente em condições severas e exploradoras.
 
Na medida em que a mecanização toma conta do estado e que o processo de demarcação de terras continua paralisado, a luta dos Guarani-Kaiowá por seus direitos torna-se mais urgente do que nunca. O governo federal deve tratar com seriedade os compromissos que assumiu com os direitos humanos.
Sobretudo, o país deve resolver todas as reivindicações por terras ainda pendentes e assegurar que o consentimento livre, prévio e informado dos índios seja um objetivo a ser buscado e conquistado com relação a todas as decisões que afetem suas terras tradicionais.  
 
Foto: A comunidade Laranjeira Ñanderu foi expulsa de suas terras ancestrais em setembro de 2009. Após a expulsão, o proprietário da terra ateou fogo às casas e aos pertences das famílias. Agora, elas vivem em condições precárias à beira de uma rodovia. © Egon Heck/arquivo CIMI  

http://www.br.amnesty.org/?q=node/1175
 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reunião do Conselho de Segurança da ONU

Conselho de Segurança faz sessão de emergência sobre Líbia


Brasil presidiu reunião sobre situação de tensão no país provocada por protestos contra o regime de Muammar Kadafi.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York
Conselho de Segurança
A Embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, presidiu na manhã desta terça-feira uma sessão de emergência do Conselho de Segurança sobre a situação na Líbia.

Há vários dias, milhares de manifestantes estão saindo pelas ruas do país para protestar contra o regime do coronel Muammar Kadafi, que está no poder há mais de 40 anos.

Conselho de Segurança Helicópteros

Os 15 países-membros do Conselho de Segurança se reuniram por pouco mais de uma hora, mas não foi feita nenhuma declaração presidencial sobre o encontro. Logo depois, os representantes do Conselho retornaram à sala para uma reunião regular sobre o Timor-Leste.

Segundo agências de notícias, dezenas de pessoas morreram na Líbia. Há relatos não-confirmados de que militares teriam atirado contra os manifestantes de helicópteros e outras aeronaves.

Em nota, de Genebra, a alta comissária dos Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu uma investigação independente e disse que há relatos não-confirmados de que o número de mortos poderia ser de 250.

Países Vizinhos

Nesta terça-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, informou que alguns refugiados e candidatos a asilo na Líbia teriam sido alvos de violência durante os protestos. A porta-voz do Alto Comissariado, Melissa Fleming, disse que existe uma possibilidade de líbios terem que fugir para os países vizinhos por causa da crise.
O Acnur tem cerca de 8 mil refugiados na Líbia. A maioria é do Sudão, do Iraque, da Somália e de territórios palestinos.

 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Visita do Presidente Barack Obama ao Brasil: Atividades Socioeducativas para as filhas

Filhas de Obama terão atividades sócio-educativas durante visita ao Brasil

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A menos de um mês para a visita ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, os diplomatas brasileiros e norte-americanos enfrentam um desafio: sugerir alternativas de atividades para Malia, de 11 anos, e Sasha, de 9 anos – filhas de Obama que viajarão a Brasília e ao Rio de Janeiro com o pai e a mãe, Michelle. Por recomendação da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, as crianças têm de participar de atividades socioeducativas.

Para os diplomatas que preparam a visita, a viagem de Obama com a família para o Brasil tem um simbolismo específico. Segundo eles, é a demonstração do presidente norte-americano que as relações dos Estados Unidos com o Brasil vão além das questões de Estado, como a manutenção de laços comuns, que unem nações que nasceram da colonização e progrediram definindo o próprio rumo.
Obama, Michelle, Malia e Sasha estarão em Brasília, no próximo dia 19, e no Rio de Janeiro, dia 20. O presidente norte-americano terá encontros com autoridades, pretende conhecer uma comunidade pacificada no Rio e fazer um discurso público. Paralelamente, as crianças participarão de atividades próprias para as idades delas, segundo os organizadores da viagem.

Obama e a primeira-dama, Michelle, dão uma educação rigorosa às filhas Malia e Sasha. Ambas têm horário definido para assistir a programas de televisão – apenas nos fins de semana –, devem fazer as tarefas da escola até a hora do jantar e ler antes de dormir. Recentemente os pais proibiram as filhas de terem perfil na rede social Facebook.

Sasha, a caçula, gosta de estudar idiomas. Na visita do presidente da China, Hu Jintao, a Washington, Sasha surpreendeu os convidados ao se dirigir aos chinês com algumas palavras em mandarim. Segundo ela, aprendeu a língua no colégio.

Em 2009, ao assumir o governo, Obama fez uma carta às filhas. Como pai dedicado e apaixonado, o presidente agradeceu a paciência que Malia e Sasha tiveram com ele durante a campanha eleitoral, lembrando que havia pouco tempo para família. Em tom emocionado, Obama disse que eles juntos enfrentariam uma “grande aventura” referindo-se ao período de governo.

Na carta, Obama afirmou ainda que sua determinação é para que todas as crianças nos Estados Unidos tenham uma vida digna, com escolas adequadas. Também afirmou que se dedicará a executar programas para que as crianças e jovens tenham emprego e condições para a aposentadoria.
Edição: Talita Cavalcante

Barack Obama Presidente dos EUA visita o Brasil

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A visita ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nos dias 19 e 20 de março, despertará a atenção para temas sociais e raciais, além do fim da discriminação como um todo, assim como as questões econômicas, políticas e comerciais. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, vai a Washington, na próxima quarta-feira (23), para fechar os detalhes sobre a agenda de Obama em Brasília e no Rio de Janeiro.

“O presidente Obama é o primeiro presidente afrodescendente dos Estados Unidos e o Brasil é um país com uma grande população de afrodescendentes. Queremos dar o maior conteúdo possível à viagem do presidente nos setores econômico, comercial e político, afinal os Estados Unidos são o segundo parceiro individual do Brasil [o primeiro é a China]”, afirmou o chanceler.

Patriota concedeu hoje (18) entrevista, que durou cerca de uma hora, a 12 rádios regionais, durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência em parceria com a EBC Serviços. A entrevista foi ao ar nesta manhã. “Temos uma histórico de relações com os Estados Unidos. [Vamos buscar também] cooperação em ciência e tecnologia, biocombustíveis. Será uma visita da reafirmação [dos povos brasileiro e norte-americano].”

Uma das preocupações da comitiva de Obama é com segurança, pois ele desembarcará no Brasil com a primeira-dama, Michelle, e as filhas Sasha e Malia, além de uma comitiva que deve reunir cerca de mil pessoas.

A ideia é que Obama e a presidenta Dilma Rousseff assinem, pelo menos, dez acordos bilaterais. Um deles deve estabelecer a cooperação econômica e comercial com o objetivo de atenuar as barreiras sanitárias para produtos, como frutas e carne.
Também estão na pauta de discussões as mudanças climáticas e propostas para o desenvolvimento sustentável, assim como a desvalorização da moeda americana – gerada por medidas unilaterais, inclusive por parte dos Estados Unidos, para o fortalecimento da economia interna –, que causa o desequilíbrio global.

Para acertar os detalhes desses acordos, na próxima semana, Patriota se reúne com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e pode conversar também com o secretários do Tesouro, Timothy Geithner, e do Conselho de Segurança (o equivalente à Casa Civil), Tom Millon.

No último dia no Brasil, no domingo (20), Obama estará no Rio de Janeiro. A assessoria do presidente norte-americano quer que ele visite uma comunidade onde há uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A tendência é escolher uma comunidade na zona sul da cidade. O presidente norte-americano também se prepara para participar de um evento público em que discursará. Mas ainda não foi definido o local.

Edição: Juliana Andrade

Julgamento de acusados de matar cacique guarani começa hoje (21/02)

20/02/2011
MPF espera repercussão internacional de julgamento dos acusados de matar cacique guarani

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Ministério Público Federal (MPF) espera que o julgamento dos três acusados de matar o cacique Marcos Veron previsto para amanhã (21), na capital paulista, tenha repercussão internacional. “O Marcos Veron era uma liderança internacionalmente reconhecida dos índios Guarani-Kaiowá” disse em entrevista á Agência Brasil o procurador Luiz Carlos Gonçalves, um dos quatro membros do órgão que atuará no juri. Ele lembrou que o caso chegou a ser citado em um relatório da Anistia Internacional.

Para Gonçalves, o julgamento é “talvez o mais importante” na afirmação dos direitos dos índios. “Especialmente dos direitos dos índios à terra, à vida tradicional, ao respeito aos seus valores”. O juri foi suspenso em maio do ano passado após o procurador responsável, Vladimir Aras, se retirar do tribunal. Foi uma forma de protestar contra a recusa da juíza federal Paula Mantovani Avelino em permitir que as testemunhas indígenas fossem ouvidas por meio de tradutor.

Apesar de continuar com o entendimento de que “os índios têm direito a falar no seu idioma”, segundo Gonçalves, o MPF deverá, dessa vez, acatar o que for decidido pela juíza. “A gente confia muito na prudência da doutora Paula Montovani”. Após o acontecimento, Vladimir Aras deixou o caso.

O advogado que defende os réus, Josefino Ujacow, classificou como “deselegância” o fato do procurador Aras ter abandonado o tribunal. Para ele, não existe motivo para o uso de tradutor. “Durante a fase processual, essas mesmas pessoas foram ouvidas sem assistência de interpretes. E eles declararam que sabiam ler e escrever”, afirmou.
Ujacow também fez questão de protestar pela transferência do julgamento de Mato Grosso do Sul (MS) para São Paulo. “Não existe essa propalada influência dos donos da fazenda sobre todos os jurados de Mato Grosso do Sul”.

O tribunal do juri foi transferido de Dourados (MS) para a capital paulista atendendo a um pedido do Ministério Público. De acordo com o órgão, o dono da fazenda onde ocorreram os fatos tem grande poder econômico e poderia influenciar jurados e testemunhas. Além disso, o MPF afirma que existe em Mato Grosso do Sul um preconceito contra os indígenas .

O crime ocorreu em janeiro de 2003, no município de Juti, em Mato Grosso do Sul. Segundo o MPF, a morte do cacique Veron foi consequência de uma série de ataques ao longo de dois dias contra os índios que estavam acampados na Faazenda Brasília do Sul, reivindicada como Terra Indígena Takuara. Os ataques teriam sido feitos por seguranças da fazenda para remover os índios do local. São acusados pelo homicídio: Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde.

O advogado demonstrou confiança na absolvição dos réus. “Não há provas concretas nem cabais contra os réus que serão julgados. A acusação se alicerça em ilações e meras conjecturas”, disse.
O procurador Gonçalves acredita que o resultado mostrará que para a sociedade brasileira e o resto do mundo que o país não tolera a impunidade. “O que a gente quer mostra é que o Brasil não pode mais ser a terra da impunidade. O Brasil tem que ser a terra dos direitos”, afirmou.

Edição: Aécio Amado
http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=ED667DF4EDA12CEB9D5EB005...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

OMS quer medidas 'eficazes' de combate ao abuso do álcool

Novo relatório da Organização Mundial da Saúde revela que mais de 2,5 milhões morrem, anualmente, de doenças e problemas relacionados ao consumo nocivo da bebida.

Pedro Nakano, da Rádio ONU em Nova York.*

A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou que novas medidas e políticas são necessárias para salvar vidas e reduzir o consumo abusivo de álcool.

Em relatório, publicado nesta sexta-feira, a organização informou que 2,5 milhões de pessoas morrem, anualmente, vítimas de doenças e lesões causadas por abusos de álcool.

Saúde Pública

O diretor-geral assistente da OMS, Ala Alwan, contou que muitos países já reconheceram sérios problemas na saúde pública causados pelo uso excessivo do álcool.

Segundo ele, algumas medidas de prevenção e tratamento já foram adotadas, mas é necessário muito mais para reduzir o número de mortes.

Cerca de 4% das mortes no mundo estão relacionadas ao abuso de álcool. Entre as vítimas, estão 320 mil jovens, entre 15 e 29 anos.

Entre as medidas propostas pela agência estão o aumento de impostos sobre o álcool para frear o consumo, redução de postos de venda da bebiba, e aumentar o limite de idade para consumo de bebidas alcoolicas.
*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Espanha Deporta? Deportemos (Artigo)

Elio Gaspari


Se o governo de Madri quer perseguir brasileiros, a Polícia Federal pode dar o troco.

Nunca é demais repetir: ao tempo em que os europeus exportavam sua gente para outras terras, a Espanha mandou para o Brasil perto de 1 milhão de imigrantes. (A Itália mandou 1,5 milhão.) Passou o tempo, e a polícia espanhola continua perseguindo brasileiros que desembarcam em Madri.

Há três anos, uma física que estava a caminho de um congresso em Lisboa foi detida por 53 horas e embarcada de volta. Há poucos dias, Denise Severo, pesquisadora do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade de Brasília, foi detida por 15 horas pela meganha do aeroporto de Barajas e deportada. Retornou sem a bagagem.

Denise Severo botou seu trombone na internet:
"Havia cerca de dez pessoas presas nesta situação e todas elas eram latinas e/ou negros da África!!! Ou seja, é xenofobia pura!!!! Mas xenofobia contra latinos e negros!!!! Puro preconceito !!! (...) Vou recorrer ao Itamaraty, vou fazer uma queixa oficial na Embaixada da Espanha no Brasil, vou à Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, vou a todos os órgãos que puder para lutar contra esta arbitrariedade!!!"

A brasileira informa que tinha consigo a comprovação de emprego, emitida pelo Ministério da Cultura, passagem de ida e volta, reserva de hotel (em nome de uma amiga, que chegara em outro voo, informação confirmada pelo estabelecimento) e até cópia da escritura de sua casa. Isso tudo e mais o cartão Travelmoney do Banco do Brasil, bem como os comprovantes da transação dos euros necessários para custear a viagem.

O embaixador da Espanha em Brasília, Carlos Alonso Zaldivar pode procurar no arquivo alguns casos anteriores e verá que sua turma só mudou (um pouco) o tratamento dado aos brasileiros depois que a Polícia Federal, em muito boa hora, começou a deportar seus patrícios.
Em março de 2008, foram devolvidos oito, com os mesmos argumentos oferecidos aos brasileiros em Madri.

Infelizmente, as dificuldades econômicas da Europa estão estimulando a busca de empregos no além-mar. Nessa hora, Pindorama volta a ser um porto seguro. Recentemente, diplomatas de diversos países procuraram o Ministério do Trabalho para discutir uma política de concessão de vistos de serviço para seus cidadãos. Bem que o ministro Carlos Lupi poderia discutir esses pleitos mostrando uma tabelinha de deportações arbitrárias impostas a brasileiros em cada país europeu.

Há brasileiros e brasileiras presos na Espanha por prostituição, tráfico de drogas, sequestros-relampago e falsificação de documentos. Problema deles, que violaram as leis locais. O ano de 2010 terminou com 163 espanhóis encarcerados no Brasil, 52 a mais do que em 2009. A má conduta de uns não permite que os outros sejam tratados como suspeitos. Ademais, a preferência da meganha pela deportação de mulheres jovens revela que é a polícia espanhola quem tem um problema na cabeça, não suas vítimas.

Em pelo menos um caso de exercício da xenofobia, um governo europeu recuou quando soube que o Brasil estava disposto a discutir uma agenda ampla, negociando inclusive a suspensão da reciprocidade da isenção de vistos de turista. Seria o caso de o chanceler Antonio Patriota perguntar ao embaixador Zaldivar se o seu governo pretende mudar as regras do jogo. Se o governo de Madri quer perseguir brasileiros, a Polícia Federal pode dar o troco.

Elio Gaspari, é jornalista

ES/

Espanha: Pesquisadora Brasileira é deportada

Continua repercutindo a deportação da catarinense  Denise Severo,  no aeroporto de Madri, na  Espanha. Denise é pesquisadora da Universidade de Brasília (UNB).
O debate é sobre proteção ao turista contra a xenofobia, autoritarismo, racismo, violação de Direitos Humanos. O que é ser estrangeiro no mundo moderno? Quais as garantias para que nossa dignidade não seja desrespeitada?
Quais países garantem a proteção aos direitos e garantias fundamentais que são os Direitos Humanos?
ES

 
Brasília(DF), 30/01/2011
Querid@s amig@s e companheir@s
Acho que muitos de vocês sabiam que eu estava saindo de férias junto com minha amiga Gracinha para a Espanha. Pois bem, planejamos tudo, compramos passagem, reservamos hotel e tudo mais. Porém, fomos em vôos separados. Depois de 15 horas de viagem EU fui INJUSTAMENTE DEPORTADA pela imigração da Espanha! Fiquei 15 horas PRESA numa sala da polícia federal sendo tratada como criminosa! Sem direito à telefonema, sem nenhuma informação sobre os motivos pelo qual estava detida e somente depois de 7 horas tive contato com um advogado e uma tradutora. Fui revistada fisicamente e revistaram e retiveram minha bolsa e minha bagagem de mão, tudo isso antes de ter um advogado.
Eles arbitrariamente decidiram que eu não entraria naquele país e fizeram de tudo para arranjar algo para me deportar. Eu tinha todos os documentos que comprovavam que eu tinha dinheiro de sobra para a quantidade de dias que iria ficar, tinha carta do Ministério da Cultura que comprovava que eu trabalho para um projeto do governo brasileiro, seguro viagem pago, reserva de hotel no nome da Gracinha (iríamos dividir um quarto, por isso constava só o nome dela), passagem de volta e até a escritura da minha casa própria em Florianópolis!
Primeiramente eles alegaram que meu cartão Travelmoney do Banco do Brasil não tinha valor nenhum pra eles porque não constava meu nome (o Banco do Brasil não imprime nome neste cartão, é política do banco). Só que eu tinha todos os extratos assinados pelo Banco do Brasil que comprovavam a compra de euros!!!! Mesmo assim eles disseram que não valia e me prenderam na sala. A assistente social da Polícia Federal só fazia era VENDER cartão telefônico para aqueles que quisessem ligar dos telefones públicos que havia nesta sala fechada. Então comprei ironicamente cartões da própria Polícia e liguei imediatamente pra Embaixada brasileira e pro Consulado do Brasil na Espanha.
Eles foram ótimos! Mas disseram que infelizmente pouco poderiam fazer porque a Polícia é arbritária mesmo e até eles ficam de mãos atadas. Tudo que podiam fazer eles fizeram, que foi enviar um fax reiterando que eu tinha dinheiro, dizendo que meu cartão era válido e cobrando informações. Pois bem, depois de mais não sei quantas horas presa, eles admitiram que meu cartão era válido. Como não tinham mais argumento, cavocaram algum.
Como a reserva do quarto duplo foi feita no nome da Gracinha, porque no site do hotel na internet pedia somente um nome, eles alegaram que eu não tinha reserva de hotel!!! A Polícia Federal mentiu na minha cara que haviam telefonado para o hotel e que o hotel havia dito que não havia nenhuma reserva no nome de Graça!!! Neste momento o advogado da própria Polícia que estava ali para me defender argumentou com a Polícia que havia reserva e telefonou do seu celular no viva voz novamente para o Hotel que confirmou que Graça já estava inclusive hospedada!!!  Sabem o que a Polícia disse diante deste telefonema em viva voz????? Disse que não valia nada para eles aquele telefonema, que eles já haviam telefonado e decidido pela minha deportação!!!!
Ou seja, eles realmente queriam arbitrariamente me deportar e ponto final!!! Disseram que eu seria deportada no vôo da meia noite e vinte e me prenderam novamente na sala. E para completar o absurdo fui levada para o avião escoltada como criminosa em carro blindado de polícia até dentro do avião. Meu passaporte foi entregue à tripulação e havia uma funcionária do aeroporto no Brasil me esperando com ele na mão para me escoltar até a imigração brasileira!!!!
Somente depois de passar na imigração brasileira tive meu passaporte devolvido! Mas não acabou….pois CARIMBARAM meu passaporte com um signo que provavelmente deve ser o de deportada, sendo que eu nem entrei no país!!! E para finalizar, é claro, que eles extraviaram a minha bagagem! Pois a Polícia não despachou minha mala!!!
Eles são arbitrários e preconceituosos mesmo! Não tem outra explicação e o próprio consulado disse isso pra mim! Havia cerca de 10 pessoas presas nesta situação e todas elas eram latinas e/ou negros da África!!!  Ou seja, é XENOFOBIA PURA!!!! Mas XENOFOBIA CONTRA LATINOS E NEGROS!!!! PURO PRECONCEITO!!!
Bem gente, é uma novela né….mas a novela só tá começando….porque eles escolheram a pessoa errada para isso!!! Vou recorrer ao Itamaraty, vou fazer uma queixa oficial na Embaixada da Espanha no Brasil, vou à Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, vou a todos os órgãos que puder para lutar contra esta arbitrariedade!!! Preciso de contatos da mídia para divulgar essa situação absurda!!!
Quero pedir a todos vocês que divulguem em todas as suas redes sociais e que façamos uma campanha CONTRA O TRATAMENTO QUE A ESPANHA DÁ AOS ESTRAGEIROS LATINOS E NEGROS!!!
Obrigada pelo apoio de tod@s
Grande Abraço
Denise Severo
Coordenadora Pedagógica do Projeto Vidas Paralelas
Pesquisadora Associada do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da UnB
 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ONU Oficializa 2011 como Ano Internacional das Florestas

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

Iniciativa promove conscientização para importância da conservação ambiental; atividades têm como centro a sobrevivência dos moradores das florestas em todo o mundo.

Ano Internacional das Florestas
Ano Internacional das Florestas

As Nações Unidas declararam 2011 como o Ano Internacional das Florestas. O lançamento foi feito, nesta quarta-feira, em Nova York, durante a 9ª Sessão do Fórum da ONU sobre Florestas.

Num discurso, o presidente da Assembleia Geral, Joseph Deiss, lembrou que "milhões de pessoas que vivem em áreas de matas, dependem desses recursos para sobreviver, principalmente, nos países em desenvolvimento."

Cidadãos
Em entrevista à Rádio ONU, a encarregada do Fórum sobre Florestas, Bárbara Távora-Jainchill, disse que o lançamento representa uma oportunidade para envolver o mundo no trabalho de tornar as florestas sustentáveis.

"As crianças, os adultos, os jovens, enfim todos os cidadãos de todos os países do mundo podem contribuir pensando um pouco nas árvores que os cercam. Eu não estou falando apenas daqueles que moram perto de grandes ou pequenas florestas. Estou falando daqueles que também moram em cidades grandes mas, que tem uma árvore perto da sua casa ou do seu edifício e que essa árvore faz toda uma diferença na vida daquela pessoa. Se cada um der conta da importância dessa arvore e da sua importância na sua vida, a mentalidade vai mudar", disse.

Questão Ambiental
O presidente da Assembleia Geral da ONU lembrou que as florestas são "o pulmão do planeta" e que "todos os anos, apesar da sua função vital, 25 hectares de área verde desaparecem".

Vários participantes destacaram a necessidade de um manejo mais adequado das matas para o combate e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, além da redução do desmatamento.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Protestos continuam no Cairo

                     http://www.huffingtonpost.com/

Protesto contra presidente reúne 1 milhão no Egito

 

Por Marwa Awad e Yasmine Saleh
CAIRO (Reuters) - Pelo menos 1 milhão de egípcios foram às ruas na terça-feira, em cenas nunca antes vistas na história moderna do país, para exigir a renúncia do presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos, e de seu novo governo.

A promessa feita pelo Exército na segunda-feira de não usar força contra os manifestantes deu coragem aos egípcios de continuarem a fazer pressão pela maior reviravolta no sistema político desde 1952, quando militares depuseram o rei Farouk.

Manifestantes lotaram a Praça Tahrir, no centro do Cairo, e milhares fizeram uma passeata na cidade de Suez, no leste do país. Houve manifestações em Alexandria, no litoral norte, em Ismailia e em cidades do delta do Nilo, como Tanta, Mansoura e Mahalla el-Kubra.

De acordo com uma estimativa da Reuters, o número de manifestantes em todo o país que expressaram sua revolta com Mubarak e seus ministros chegou ao marco de 1 milhão estimado pelos ativistas.
"Acorde Mubarak, este é o último dia", gritaram os manifestantes em Alexandria.

As cenas vistas na Praça Tahrir (da Libertação), que tornou-se o ponto central dos protestos contra a pobreza, a repressão e a corrupção, formaram um contraste acentuado com o que foi visto na sexta-feira, quando policiais espancaram manifestantes, jogaram jatos de água e atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra eles.

"Ele vai embora, nós não vamos", gritava uma multidão de homens, mulheres e crianças, enquanto um helicóptero militar sobrevoava o mar de pessoas, muitas delas agitando bandeiras egípcias e faixas.
"Mubarak, você é covarde, agente dos Estados Unidos."   Soldados, alguns deles sentados sobre veículos blindados pichados com frases anti-Mubarak, sorriam e acenavam enquanto manifestantes davam socos no ar e gritavam: "O povo e o Exército estão de mãos dadas. Abaixo, abaixo Hosni Mubarak."