quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adeus ao guerreiro Abdias Nascimento

Morreu  o guerreiro Abdias Nascimento, em 24 de maio de 2011, aos 97 anos no Rio de Janeiro.

Abdias Nascimento professor, jornalista, ator e ativista de luta por direitos civis e humanos dos afrodescendentes no Brasil e no mundo. Abdias, nasceu em 14 de março de 1914, na cidade de Franca, interior de São Paulo.

Abdias Nascimento foi Professor Emérito da Universidade do Estado de Nova York e Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Brasília, Federal e Estadual da Bahia, Estado do Rio de Janeiro, e Obafemi Awolowo da Nigéria. obel da Paz em função de sua defesa consistente, desde o século passado até hoje, dos direitos civis e humanos dos afrodescendentes no Brasil e no mundo.

Abdias Nascimento participou da Frente Negra Brasileira nos anos 1930 e ajudou a organizar o Congresso Afro-Campineiro em 1938.

Durante viagem a vários países da América do Sul como integrante do grupo de poetas Santa Hermandad Orquídea, resolveu criar um teatro negro como arma de luta contra a discirminação racial.

Na volta ao Brasil, foi preso por resistir a agressões racistas e criou na Penitenciária de Carandiru, em 1941, o Teatro do Sentenciado.

Ao sair da penitenciária, fundou no Rio de Janeiro, em 1944, o Teatro Experimental do Negro, que rompeu a barreira de cor nos palcos brasileiros e formou a primeira geração de atores e atrizes dramáticos negros do teatro brasileiro, além de propiciar a criação de uma literatura dramática afro-brasileira.

Organizou eventos históricos como o 1o Congresso do Negro Brasileiro (1950) e a Convenção Nacional do Negro (1945-46), que propôs à Assembléia Nacional Constituinte de 1945 políticas afirmativas e a definição da discriminação racial como crime de lesa-Pátria.

O Teatro Experimental do Negro assumiu em 1950 o projeto Museu de Arte Negra, sob a curadoria de Abdias Nascimento. O MAN inaugurou sua primeira exposição em 1968 no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Em seguida, Abdias Nascimento viajou aos Estados Unidos num intercâmbio com o movimento negro norte-americano. Encontrava-se na cidade de Nova York quando o regime militar promulgou o Ato Institucional n. 5. Alvo de vários Inquéritos Policial-Militares, Abdias foi obrigado a ficar no exterior, onde foi professor de várias universidades. Nesse período, ele desenvolveu sua própria atuação como artista plástico, pintando telas que transmitem os valores da civilização africana, da cultura religiosa afro-brasileira e da luta pelos direitos humanos dos povos africanos em todo o mundo. Participou, no Caribe, na África e nos Estados Unidos, de vários encontros do movimento internacional pan-africanista.

Após 12 anos no exílio, Abdias Nascimento retornou ao Brasil e inseriu-se no cenário político como deputado federal. Propôs em 1983 o primeiro projeto de políticas públicas afirmativas. Continuou defendendo essa proposta, no período de 1991 a 1999, como senador e como titular fundador da Seafro (Secretaria de Defesa e Promoção da População Afro-Brasileira) e da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: http://www.ipeafro.org.br/home/br/personalidades/27/abdias-nascimento/


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