terça-feira, 21 de agosto de 2012

Segundo a ONU, 111 milhões de pessoas vivem em favelas na América Latina

Cerca de 111 milhões de pessoas vivem em favelas nos países da América Latina, alerta a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (21), no estudo “Estado das Cidades da América Latina e Caribe”.

O relatório inédito foi produzido pelo ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos) e informa que, até 2050, 90% da população da América Latina viverá em cidades. No entanto, o déficit habitacional é “tão alto que poucos países podem aspirar à universalização da habitação digna no curto ou médio prazo”, alerta a organização.

A América Latina e o Caribe são as regiões mais urbanizadas do mundo. Atualmente, a sua população contabiliza 588 milhões de latino-americanos e representa 8,5% da mundial.

Hoje, quase 80% dos latino-americanos vivem em cidades, o dobro do que na Ásia ou na África e um volume superior ao dos países desenvolvidos. Em menos de quatro décadas, a população em cidades na região deve aumentar em 10%.

No entanto, a desigualdade e a pobreza se expressam nas habitações precárias espalhadas pelos centros urbanos. De acordo com o estudo, a quantidade e a qualidade de habitações disponíveis não é suficiente para garantir condições mínimas a todos.

Pobres somam 180 milhões

Os países da América Latina e do Caribe tiveram “avanços consideráveis” na luta contra a pobreza na última década. Mesmo assim, a proporção da população pobre é de 180 milhões – o equivalente a um terço da população latino-americana vive em condições de pobreza –, dos quais 71 milhões são indigentes.

Em números absolutos, deste montante de 180 milhões de pobres, 124 milhões vivem nas cidades, ou o equivalente a uma em cada quatro pessoas pobres vivem em áreas urbanas.

Mais da metade dos pobres estão concentrados no Brasil – 37 milhões de brasileiros–, e em segundo lugar, o México com 25 milhões de pobres.

A ONU utiliza a definição do Banco Mundial, que considera pobre a população com renda mínima inferior a US$ 2 por dia (R$ 4) e indigente, aquele que vive com menos de US$ 1 por dia (R$ 2).
Cidades partidas

“As cidades da região, vistas no seu conjunto, se mantêm como as mais desiguais do planeta. As cidades latino-americanas e do Caribe são divididas e segregadas, algo que se expressa tanto espacial como socialmente”, ressalta o estudo.

O relatório alerta que a riqueza gerada e os “modestos avanços” no combate à pobreza desde 1990 não são capazes de expressar uma “redução significativa” da lacuna de desigualdade.

A ONU critica ainda em seu relatório que os dados e indicadores existentes para avaliar as condições habitacionais são “parciais” e reivindica a necessidade de melhorar os sistemas de medição do déficit quantitativo e qualitativo de moradias e dos espaços públicos.

“A região precisa promover uma política territorial e um planejamento urbano que melhorem os atuais padrões de crescimento urbano, evitando uma expansão dispersa da cidade que propicie o adensamento, com melhor utilização do espaço, evitando assim uma maior segmentação física e social”, informa o relatório.

Fonte UOL

Nenhum comentário: