domingo, 21 de abril de 2013

"Time" Presidente do STF Ministro Joaquim Barbosa, na lista dos 100 mais influentes do mundo

Revista americana destacou o fato de o ministro ser o primeiro negro a presidir o Supremo Tribunal Federal

O presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), ministro Joaquim Barbosa, está na lista das 100 personalidades mais influentes do mundo da revista americana Time. A publicação destacou o fato de Barbosa ser o primeiro negro a comandar a Corte e lembrou ter sido ele o jurista que "presidiu o maior julgamento político contra a corrupção no País", em referência ao julgamento do mensalão.

Promessa de um país novo

Para a autora do texto sobre o ministro, Sarah Cleveland, professora de direito da Universidade de Columbia, Barbosa é símbolo de uma promessa de um País "novo, compromissado com a diversidade cultural e a igualdade", afirmou, lembrando que o Brasil foi o que mais "importou" escravos em comparação a outros países das Américas.

No perfil, a revista narra o passado pobre de Barbosa e diz que o ministro usou a educação para sair da pobreza. "Trabalhou como faxineiro e tipógrafo no Senado para se sustentar na faculdade de direito", diz a publicação. O texto brinca que a máscara mais popular no carnaval deste ano foi a de Barbosa e não a de um jogador de futebol ou artista famoso.


Fonte Estado

Presidente do STF Ministro Joaquim Barbosa visita presídio de Alcaçuz

O Presidente do STF, Ministro Joaquim Barbosa, declarou durante a visita (19.04) em Natal, que os presídios do Rio Grande do Norte "estão entre os mais graves do país" e não respeitam padrões mínimos de dignidade.Barbosa visitou a capital potiguar na condição de presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), para fiscalizar os primeitos resultados de um mutirão carcerário que está sendo realizado pelo órgão no Estado.

Hoje, o RN possui 14 unidades prisionais interditadas pela justiça por superlotaçãoou deficiência estrutural.

"A situação é desesperadora. Falta generalizada de condições mínimas de dignidade humana. É caótico. A situação aqui é uma das mais graves do Brasil", disse Joaquim Barbosa minutos antes de se reunir com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Ainda de acordo com o ministro, "muito pouco foi feito de 2010 para cá", data em que foi realizado o último mutirão.

Segundo Barbosa, as medidas mais urgentes são: construção imediata em regime de total urgência de novas unidades prisionais e ainda a ampliação e renovação das unidades existentes.

Fonte: Novo Jornal

Falta-lhes crítica, não só a mais comum, mas também a necessária do grau de certeza da experiência e dos instrumentos em que as refazem.   Lima Barreto (1881/1922)




quinta-feira, 18 de abril de 2013

Argentina.Cresceu o protesto contra o governo:uma multidão se mobilizou em todo o país

Dezenas de milhares de argentinos e opositores saíram nesta quinta-feira às ruas das principais cidades do país para protestar contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, a quem acusam de levar adiante uma gestão autoritária e corrupta.

O protesto foi convocado por meio das redes sociais, assim como foi feito em duas outras vezes no ano passado, com apoio da oposição, meses antes da realização de eleições legislativas, nas quais o governo peronista tentará conservar sua maioria parlamentar.

"Estou cansado das mentiras e da prepotência. Cansado de que roubem tudo. O protesto é massivo", disse à Reuters Gabriel Segura, de 28 anos
                      

A elevada inflação no país, que, segundo especialistas, é o dobro dos números oficiais, várias denúncias de corrupção e um recente projeto de lei para modificar a estrutura do Poder Judiciário eram as principais queixas dos manifestantes.

Uma imensa bandeira da Argentina cruzou o centro de Buenos Aires, enquanto as pessoas cantavam contra o governo com o ruído das batidas de panelas ao fundo.
Os manifestantes se concentraram em frente à Casa de Governo, ao Obelisco -símbolo de Buenos Aires- e à residência presidencial de Olivos, no subúrbio da capital.

Em meio à multidão, que tinha cartazes que diziam "Basta" e vários tipos de exigências, a TV local mostrou diversos membros da oposição política e sindical.

"Alguém tem que responder pelos níveis sem precedentes de corrupção que estamos vendo. Gostaria que meus companheiros da Frente para a Vitória (governista) viessem à rua e escutassem as pessoas", afirmou ao canal C5N Sergio Bergman, do partido opositor PRO.

Depois de ser reeleita em 2011 com 54% dos votos, a aprovação da gestão de Cristina caiu de forma sustentada durante o ano passado.

O estilo de confronto da presidente, que chegou ao governo em 2007 sucedendo seu marido Néstor Kirchner, que morreu em 2010, provocou disputas com diversos grupos e corporações nos últimos anos e também costuma causar mal-estar entre seus opositores.

Fonte: IG

"Nós vamos encontrá-lo e fazer justiça", diz presidente Barack Obama durante homenagem às vítimas de Boston

"Sim, nós vamos encontrá-lo e vamos fazer justiça! Nós vamos terminar a corrida! Não podemos deixar algo como isso nos parar. Isso não pode nos parar. É isso que vocês nos ensinaram, Boston", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nesta quinta-feira (18) em Boston, durante ato ecumênico em memória das vítimas do atentado ocorrido durante a maratona da cidade na última segunda-feira (15).

O evento foi realizado na Catedral da Santa Cruz de Boston, na presença de 2.000 pessoas que fizeram fila desde muito cedo para acompanhar a cerimônia, entre elas autoridades estatais e locais.

"Uma celebração se tornou uma tragédia. Nós viemos hoje juntos para fazer uma homenagem, mas também para reafirmar que a essência dessa cidade e desse país vai permanecer unido e imbatível. Eu fui recebido aqui como um estudante de outro lugar. Fui bem recebido, assim como Michelle [Obama, a primeira-dama]. Nós andamos nessas ruas, conhecemos essas vizinhanças e podemos dizer: 'Boston você é minha casa'. Para milhões de nós, o que aconteceu na segunda-feira, foi algo pessoal", continuou.

O presidente agradeceu às lideranças, à coragem do prefeito e à do governador. "Cada um no país está tocado pela tragédia, nessa amada cidade. Boston pode não ser sua cidade natal, mas é uma das cidades icônicas da América e uma das maiores cidades do mundo. Por isso que Boston abre suas portas ao mundo, para grandes gerações e imigrantes", discursou.

Se esse ato nos intimida, nos deixa abalados e com medo, então deve ser eliminado. Boston nos mostrou que a América escolhe a compaixão em vez do mal. Nós vamos escolher salvar e confortar. E aqui nós escolhemos amizade e amor. Esse espírito é que nos ensina que o poder do amor não nos desaponta. Médicos, enfermeiras e bombeiros correram pelas explosões para ajudar os feridos... Esse é o real poder! Vítimas em seus braços, doadores de sangue ajudando estranhos... Isso é amor. Essa é a mensagem que enviamos àqueles que fizeram esse ato e a qualquer um que querem, machucar nosso povo", concluiu Obama.

Fonte: Uol

Bancada ruralista pressiona para tirar poderes da Funai

Brasília – Deputados da bancada ruralista prometem apertar o cerco contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a atribuição do órgão de auxiliar na demarcação de terras indígenas no Brasil. Entre as estratégias para pressionar o governo por mudanças, integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura dizem já ter assinaturas suficientes - mais de 180 - para protocolar um pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a Funai, mas ainda não há definição sobre quando isso será feito.

Os ruralistas conseguiram ainda, na última quarta-feira (10), o apoio que faltava para a criação de uma comissão especial para apreciar e dar parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215/2000) que inclui, nas competências exclusivas do Congresso Nacional, a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, a titulação de terras quilombolas, a criação de unidades de conservação ambiental e a ratificação das demarcações de terras indígenas já homologadas, estabelecendo que os critérios e procedimentos de demarcação serão regulamentados por lei. A comissão foi criada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), em retribuição ao apoio que recebeu dos ruralistas para comandar a Casa.
Na avaliação dos ambientalistas, os apoiadores da PEC 215 são motivados por “interesses pessoais e individuais contrariados”. “A PEC é um retrocesso absoluto, ela acaba com qualquer possibilidade de política indigenista e de política ambiental. Tirar a prerrogativa do Poder Executivo de criar unidade de conservação e reservas indígenas e passar para o Congresso é a mesma coisa de dizer que não vai ter mais”, disse Sarney Filho.
Fonte: Agência Brasil

Anistia Internacional defende punição para cúpula de segurança no massacre do Carandiru

São Paulo - A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional no Brasil defende que a cúpula de segurança do estado de São Paulo também seja julgada pelo Massacre do Carandiru. Para a organização, além dos policiais envolvidos diretamente no episódio, devem ser responsabilizados os comandantes da polícia à época, incluindo o secretário de Segurança Pública e o governador. Em 1992, ano da invasão policial que resultou na morte de 111 detentos, o estado era governado por Luiz Antônio Fleury Filho.

“A Anistia Internacional defende que não apenas os policiais envolvidos diretamente no massacre enfrentem a Justiça, mas também a cúpula da segurança do estado e o governador à época. Seja por negligência ou conivência, o sistema de Justiça ignorou ou, pior, mostrou completo desprezo pelo conceito de Justiça e pelos direitos daqueles que foram assassinados”, diz o comunicado divulgado hoje (15), primeiro dia do juri de 26 policiais que participaram da repressão à rebelião na Casa de Detenção do Carandiru. Eles respondem por 15 acusações de homicídio qualificado.
Para a organização, o julgamento é uma oportunidade para acabar com o “legado de impunidade”, em que, mais de 20 anos após os fatos, ninguém foi responsabilizado pelas mortes. “Pode ser o fim de um longo legado de impunidade. O fracasso das autoridades brasileiras em responsabilizar os autores do massacre reforçaram os abusos que há muitos anos caracterizam o sistema penitenciário brasileiro”, destaca a Anistia, lembrando que grande parte dos envolvidos continuou trabalhando na polícia, muitos até a aposentadoria.
O comunicado cita também o processo contra o comandante da operação que resultou no massacre, o coronel Ubiratan Guimarães. Na avaliação da Anistia, o resultado da ação judicial contra Ubiratan é um exemplo do descaso do Estado brasileiro em relação aos abusos cometidos no sistema prisional. “O processo judicial contra o coronel Ubiratan Guimarães é um exemplo desse descaso. Apesar de condenado a 600 anos de prisão, em 2001, ele teve sua sentença anulada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em 2006, com a alegação de que Guimarães agiu em estrita consonância com seus deveres e estava seguindo ordens superiores”.
Fonte:Agência Brasil

Quando a exceção quer ser regra

Brasília - A redução da maioridade penal não diminuiria os números da violência no país. É o que apontam estatísticas oficiais. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os 30 mil jovens que cumprem medidas socioeducativas correspondem a 0,5% da população adolescente do país, estimada em 21 milhões de pessoas. Além disso, a maioria dos infratores cometeram os chamados “delitos de rua”, contra o patrimônio, como roubos, furtos e porte de armas.

Na cidade de São Paulo, de acordo com informações do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud/Brasil), esse tipo de delito representou 58% dos casos. Os registros relacionados aos homicídios foram apenas 1,4% dos casos. Outras pesquisas recentes apontam exatamente o contrário. Crianças e adolescentes, especialmente das periferias, é que tem sido vítimas de crimes como homicídios. Entre 1980 e 2002, o percentual de jovens menores de idade mortos por assassinato aumentou 254%, segundo o Mapa da Violência da Unesco e o Núcleo de Estudos de Violência da USP, ambos divulgados em 2006.

O recrudescimento da legislação, por si só, não tem a menor efetividade, a lei nº 8.072 (Lei de Crimes Hediondos), promulgada em 1990, que aumentou a pena para delitos graves, declarou: Ivan de Carvalho Junqueira, especialista em direitos humanos e segurança pública, servidor da Fundação Casa.
“Essa lei foi um ícone do movimento da lei e da ordem, trazendo penas mais altas e impedindo a progressão de regimes em determinados casos. Apesar de confortar os clamores sociais num curto espaço de tempo, ao longo dos anos verificou-se que ela não desestimulou a violência”, analisa.
Na contramão Mundial
Se a redução da maioridade penal tivesse alguma condição de ser aprovada no Brasil, o país caminharia na direção contrária da maioria das nações. Dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República informam que em 53 países de todos os continentes, a maioridade penal é 18 anos em 49.
A legislação desses países também estabelece a idade mínima em que crianças e adolescentes possam responder por atos infracionais está entre 13/14 anos. No Brasil, é ainda mais cedo, o ECA prevê medida socioeducativa já a partir dos 12 anos.
Fonte: Brasil de Fato

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Julgamento dos acusados do Massacre do Carandiru começa nesta segunda-feira

Começa nesta segunda-feira (15/04) o julgamento dos acusados pela morte de 111 detentos na Casa de Detenção do Carandiru. O júri popular será realizado no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O juiz designado para o caso é José Augusto Nardy Marzagão, da Vara do Júri de Santana

Devido ao grande número de réus envolvidos, o julgamento será feito em etapas. A previsão é que a primeira dure entre uma e duas semanas. Na primeira fase, 26 réus serão julgados (seriam 28 policiais, mas dois deles já morreram), aos quais são imputadas 15 acusações de homicídio qualificado. Serão julgados, no total, 79 policiais militares.
O maior massacre do sistema penitenciário brasileiro ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante a invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9 do Presídio do Carandiru (como ficou conhecida a Casa de Detenção), na capital paulista, já desativado. Três prédios do complexo foram demolidos para construção de um parque. Os outros vão abrigar centros educacionais.

Os réus que estarão sendo julgados são os policiais militares que entraram no segundo pavimento do presídio, onde foram mortos 15 detentos. O julgamento dos demais réus ainda não foi marcado, mas prevê-se que ainda haverá mais cinco ou seis blocos de julgamento. A expectativa é que novos julgamentos sejam marcados a cada três meses.

O processo é um dos maiores da Justiça de São Paulo, com 57 volumes de autos principais e mais de 90 apensos, além dos documentos de autos desmembrados, perfazendo um total de mais de 50 mil páginas.

Fonte:: Agência Brasil

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Ministério Público requisita informações à Caixa sobre Itaquerão

O Ministério Público Federal requisitou nesta sexta-feira à Caixa Econômica Federal informações a respeito da negociação do banco para ser o repassador do empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção do Itaquerão.

O pedido tem como base a reportagem publicada nesta sexta-feira pela Folha, na qual mostra que o Corinthians e a Odebrecht estão trocando o Banco do Brasil pela Caixa para destravar o empréstimo de R$ 400 milhões para a construção do Itaquerão, estádio que receberá a abertura da Copa-2014.

O ofício, enviado ao presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, pede informações e documentação completas relativas à citada "consulta preliminar", bem como a proposta de "operação de crédito indireta não automática" que a Caixa apresentou ao BNDES ou que será apresentada para viabilizar o alegado apoio financeiro à construção do estádio em Itaquera.

No mesmo ofício, segundo informações da assessoria de comunicação do Ministério Público Federal, é solicitado também que esclareça as diferenças de garantia exigidas entre os bancos, relativamente às exigências já aprovadas pela diretoria do BNDES conforme o documento nº 691/2012 do dia 7 de julho de 2012, que apreciou a concessão de empréstimo em favor do Banco do Brasil, para que esse repassasse os recursos ao Itaquerão.

O Ministério Público Federal também enviou um ofício ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, querendo informações sobre reunião que teria ocorrido em 23 de março entre representantes do ministério, do Corinthians e da Odebrecht para tratar da liberação do empréstimo do BNDES.

O estádio vai abrir a Copa do Mundo em 12 de junho de 2014.

Fonte: Folha

A raspança do presidente do STF

Numa iniciativa inédita na história do Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, cobrou dos presidentes das três principais associações de juízes maior responsabilidade em suas reivindicações e manifestações públicas. "Os senhores não representam o Conselho Nacional de Justiça. Os senhores não representam o Superior Tribunal de Justiça. Os senhores são representantes de classe. Só isso", disse ele.

O motivo da reprimenda foi a Emenda Constitucional que cria quatro novos Tribunais Regionais Federais (TRFs), aprovada pelo Congresso. A mais alta Corte do País era contra essa medida, que praticamente duplica a segunda instância da Justiça Federal. Apesar disso, a Associação dos Magistrados Brasileiros, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho se mobilizaram em favor da PEC, que foi aprovada sem que órgãos de cúpula do Judiciário fossem ouvidos pelo Congresso.

Para Joaquim Barbosa, a PEC foi aprovada graças a "pressões feitas na surdina por entidades que não representam a Nação, mas apenas interesses corporativos". O ministro também acusou as associações de juízes de induzirem os parlamentares a aprovar uma medida "irresponsável", pois a criação dos TRFs não tem justificativa técnica e aumenta as despesas de custeio da Justiça Federal em mais de R$ 1,3 bilhão. Na audiência com o presidente do STF, os dirigentes das associações cometeram a imprudência de levar acompanhantes - e quando um deles tentou justificar a expansão da Justiça Federal, Barbosa passou-lhe uma descompostura. "A Constituição não dá poderes à Ajufe. Isso não faz parte das exigências constitucionais. Não confunda a legitimidade que o senhor tem como representante sindical com a legitimidade dos órgãos de Estado. Órgãos importantes do Estado não se pronunciaram sobre a PEC.

Vocês participaram de forma sorrateira na aprovação dela", disse o ministro.

No STF, como nos demais Poderes, as audiências costumam ser fechadas. Quando autorizou a presença da imprensa nesse encontro, Joaquim Barbosa pretendia que suas críticas ao corporativismo da magistratura fossem ouvidas por todos seus 17 mil integrantes. O ministro também não fez questão de esconder sua irritação com a Ajufe. Às vésperas da votação da PEC, a entidade distribuiu uma nota informando que o número de juízes federais de 1.º grau cresceu 668%, nos últimos quinze anos, enquanto o número de desembargadores aumentou 89%.

O presidente do STF chegou a encaminhar aos dirigentes do Congresso um ofício refutando essas informações e afirmando que o aumento das despesas da Justiça Federal fere a Lei de Responsabilidade Fiscal. Advertiu para o risco de inchaço do Judiciário. E lembrou que os cinco TRFs já existentes têm 36,4 mil servidores - quantidade que classificou como "exagerada". Na audiência com os presidentes das associações de juízes, Barbosa aumentou o tom das críticas, afirmando que, além de serem instalados "em resorts e praias", os novos TRFs "darão emprego pelo quinto constitucional".

O Executivo - que também era contrário à PEC - invocou argumentos semelhantes, classificando como "incalculáveis" as despesas que os novos TRFs vão acarretar. Pelas estimativas do presidente do STF e do site Contas Abertas, feitas com base nas despesas dos cinco tribunais já existentes, os novos tribunais custarão de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões, uma vez que, além das contratações de milhares de servidores, haverá a aquisição de sedes e veículos para desembargadores.

São despesas desnecessárias. Como lembrou Joaquim Barbosa, para desafogar a segunda instância bastaria à Justiça Federal instalar Câmaras Regionais ligadas aos TRFs já existentes - medida prevista pela Constituição. Além disso, como a Emenda n.º 45 introduziu vários mecanismos processuais para reduzir o número de recursos nas instâncias superiores do Judiciário, qual o sentido de aumentar o número de TRFs, se a tendência é de redução da carga de trabalho dessas cortes?

Fonte: ) Estado de São Paulo (Editorial)

Caso mensalão: Ex presidente Lula será investigado pela PF por declarações de Marcos Valério

Inquérito vai investigar uma possível atuação do ex-presidente no esquema de pagamento de propina em troca de apoio político.

Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal (PF) na noite da última quinta-feira para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre uma possível participação no esquema do mensalão. A Delegacia de Crimes Financeiros fará a investigação para apurar se Lula intermediou o esquema do pagamento de propina em troca de apoio político. Na última semana, a Procuradoria da República no Distrito Federal já havia determinado a abertura de uma investigação, com base no depoimento do publicitário Marcos Valério, operador do esquema mensalão.

A documentação da Procuradoria foi analisada pela PF, que terá um prazo inicial de 30 dias para investigar, sendo prorrogável com autorização da Justiça. Lula será investigado criminalmente pela primeira vez desde que o escândalo se tornou conhecido. Entre outras acusações, Valério disse que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e Miguel Horta, que era presidente da Portugal Telecom, negociaram um repasse de US$ 7 milhões para o PT. O dinheiro seria usado em campanhas do partido e para comprar parlamentares. 

Nesta semana, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que as investigações sobre a eventual participação do ex-presidente no escândalo serão feitas com isenção. "Isso está no primeiro grau e será feito com a isenção de sempre. O que é importante é que asseguramos mais uma vez a efetividade desse julgamento", salientou.

Fonte: Terra

Protesto contra lei que veta investigações do Ministério Público, mobiliza promotores em todo país

O Ministério Público em todo o Brasil está realizando, nesta semana, ampla mobilização institucional destinada a alertar a sociedade sobre o risco da possível aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 37, que pretende impedir o Ministério Público e outros órgãos do Estado de realizar investigações criminais.Com a campanha "Brasil contra a impunidade - Não à PEC 37", os membros do MP tentam impedir a aprovação da iniciativa.

Procuradores da República e promotores de Justiça em diversas capitais brasileiras e cidades do interior realizaram manifestações nesta sexta-feira (12) contra a aprovação pela Câmara dos Deputados da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 37, que tira do MP (Ministério Público) o poder de fazer investigações, deixando a tarefa somente para as policias civis nos Estados e a PF (Polícia Federal).

Na avaliação do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, a proposta deve ser denunciada e revelados os riscos para o país de sua aprovação. "Pretendemos denunciar os riscos de uma proposta que, em vez de aperfeiçoar a investigação criminal, pretende reduzir." Centenas de representantes do MP no Estado estiveram presentes ao lançamento do Manifesto Paulista contra a PEC 37.

Para o procurador-geral de Justiça de São Paulo, a intenção da PEC 37 é impedir a apuração de crimes contra a administração pública, crimes econômicos e de abusos do Estado brasileiro. "Querem impedir que uma instituição como o Ministério Público possa desempenhar na plenitude aquilo que a Constituição definiu", disse Rosa.

Autor da Proposta e Justificativa

A PEC 37 foi apresentada em junho de 2001 pelo deputado federal Lourival Mendes da Fonseca Filho (PT do B-MA), 58, ex-presidente da Câmara de São Luís e ligado à família Sarney.

Em artigo publicado no site Congresso em Foco, Fonseca disse que "permitindo que o MP investigue, teríamos um processo kafkaniano, no qual a acusação produz as provas a serem utilizadas no processo. A defesa não teria meios de provar as suas teses, pois não existiria mais ma instituição desvinculada da acusação [polícia judiciária] para investigar todo tipo de prova no inquérito policial".

Fonte: UOL Notícias

Novos Rumos na África

A África continua a ser apresentada como o continente da violência e da miséria. A realidade é que ambas as avaliações são corretas, mas enganadoras. Primeiro, porque francamente não é um privilégio africano, as tensões estão se avolumando por toda a parte, e a miséria acumulada em outros continentes é imensa, sem falar da nova miséria nos Estados Unidos e na Europa. Segundo, porque ao lado da pesada herança, há um movimento pujante de transformações. Há inclusive um movimento recente, estudos científicos sobre por que o jornalismo sobre a África insiste sempre na visão simplificada de pobreza e desgoverno, como se o prisma impossibilitasse uma compreensão das mudanças.