sábado, 28 de janeiro de 2012

Protestos contra a reintegração de posse e Violação de Diretos Humanos na Comunidade Pinheirinho

    

Foto AE
Manifestante acusa governo de SP de política nazista: "Sua polícia mata mais que o crime em SP, diz o cartaz

Foto  AE
Secretário Andrea Matarazzo enfrenta manifestante

O secretário da Cultura do Estado de São Paulo e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), enfrentou manifestantes durante protesto em repúdio às ações da Polícia Militar na reintegração de posse do terreno Pinheirinho, em São José dos Campos, na Cracolândia e na Universidade São Paulo.

O protesto ocorreu durante a inauguração do Museu de Arte Contemporânea da USP, no Palácio da Agricultura, onde se localizava o antigo prédio do Detran, neste sábado.

Fonte: IG 

Repórter se emociona com o sofrimento das crianças e famílias expulsas do Pinheirinho

Justiça! 

Juiza Operação de Reintegração "Pinheirinho"

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ONU denuncia Brasil por violação de Direitos Humanos

A Organização das Nações Unidas (ONU) vai denunciar hoje (25 de janeiro) a violação de direitos humanos no Pinheirinho e lançar um "apelo urgente" para que as autoridades interrompam a atuação em São José dos Campos. A relatoria da entidade pedirá explicações sobre as ocorrências na região e alertará para violação de direitos humanos ao se usar polícia e confronto na reintegração.

A iniciativa é da relatora para o Direito à Moradia, a brasileira Raquel Rolnik. Entre os instrumentos a seu dispor, a relatora pode lançar um apelo público a um governo, uma forma de chamar a atenção internacional para o caso.        Jamil Chade

Fonte Estado

Reintegração Pinheirinho

                                                  Flagrantes de uma política social
                         
                         
As fotos são do UOL.
No alto, a Polícia Militar pratica a política social dos tucanos em São Paulo (foto Fernando Donasci); foi assim na USP, na cracolândia e, agora, em São José dos Campos, na reintegração de posse do terreno ocupado pelo bairro Pinheirinho. Não há nenhum motivo para que a política social de um governo seja entregue, ainda que por inércia ou incompetência, a policiais.
Abaixo, Claudineide da Silva, que sofre de câncer de mama, é acomodada em um colchão depois de passar a noite em uma cadeira de rodas (foto Rodrigo Paiva).
É incrível que 70 anos tenham se passado e a questão social, no Brasil, continue sendo caso de polícia:
“Questão social é caso de polícia.” Assim o ex-presidente brasileiro Washington Luís resumiu a postura que adotava contra os incipientes movimentos sociais que incomodavam seu governo, de 1926 a 1930. Passados mais de 70 anos do célebre disparate, o que vemos é que grande parte da imprensa brasileira ainda pensa tal qual o proeminente ícone da República
Fonte: Vi o Mundo

Horror!

Não a violência do Estado contra a população pobre.



                                         Moradia Direito Humano
                                               
                                            Reintegração no Pinheirinho
                                            André Barrocal: Dilma trata Pinheirinho como

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Professor Milton Santos.O mundo global, visto do lado de cá.




O mundo global visto do lado de cá, documentário do cineasta brasileiro Sílvio Tendler, discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O filme é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, gravada quatro meses antes de sua morte.

Milton Almeida dos Santos, nasceu em Brotas de Macaúbas, em 03 de maio de 1926, geógrafo brasileiro.Milton Santos graduou-se em Direito, mas dedicou-se à geografia especilamente estudos de urbanização do Terceiro Mundo. 

Prêmios

Em  1994, Milton Santos recebeu o Prêmio Vautrin Lud, conferido por universidades de 50 países.Em sua obra "O Espaço dividido", de 1979, desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos paises subdesenvolvidos.

Jornalista Boechat expressa, indignação contra ação desumana na Comunidade do Pinheirinho

Violação de Direitos Humanos

..."Alianças que instituições e esta gente, tem não é com os mais pobres e os mais necessitados".

Até que enfim! Uma voz crítica independente, o jornalista da TV Bandeirantes Ricardo Boechat analisa com coragem e isenção a ação truculenta e opressora contra famílias (crianças, mulheres grávidas, doentes, portadores de necessidades especiais, idosos, homens trabalhadores) de moradores da Comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos São Paulo, dutrante reintegração de posse à Nagi Nahas, por ordem da Justiça de São Paulo, sob o comando do Governador Geraldo Alckmin.

O país está perplexo, com fotos e vídeos divulgados pela Internet, cenas deploráveis, com violação de direitos humanos, há  informações desencontradas - falta de transparência.A desocupação foi determinada pela Justiça de São Paulo, sob o comando do Governador Geraldo Alckmin. 



Foto Eduardo Anizelli, Folha Press. Desespero, humilhação
Ex-moradora do Pinheirinho, Ana Paula da Conceição, 23, se desespera ao ver que a casa onde morava foi demolida
Ex-moradora do Pinheirinho, Ana Paula da Conceição, 23, se desespera ao ver que a casa onde morava foi demolida

                                          

                          

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pinheirinho, o direito humano à moradia

Nota da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa a respeito da ação policial em Pinheirinho
Nota da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa a respeito da ação policial no Pinheirinho
22 de janeiro de 2012
                              
                      Policial orienta mulher com bebê durante ocupação do Pinheirinho
A Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, reunida em Porto Alegre nos dias 21, 22 e 23 de janeiro de 2012, condena veementemente a brutal ação policial que desocupou a favela do Pinheirinho, em São José dos Campos, São Paulo. A notícia, que recebemos com consternação, é um choque, por sua ferocidade e covardia que, de acordo com relatos, teriam custado sete mortes. Infelizmente, contudo, não é uma surpresa.
                      220112_pin7
Quem está atento aos fenômenos de transformação do espaço urbano brasileiro nos últimos anos, sabe da violência que caracteriza os processos de exclusão que atingem às comunidades mais pobres, mesmo quando eles não se manifestam pela força física.
Pinheirinho é um caso trágico, mas exemplar: um terreno dedicado à especulação imobiliária, que pertence à massa falida de Naji Nahas, notório criminoso financeiro; cerca de 1.600 famílias, totalizando mais de 6.000 pessoas, vivendo no local há oito anos; descaso das autoridades em todos os níveis, mas especialmente a prefeitura, com a regularização e a infraestrutura da área; uma intervenção direta do aparelho estatal (no caso, o governo do Estado de São Paulo) contra a população mais carente e em favor de interesses privados.
Nada disso, claro, é novidade; mas essas dinâmicas têm se acelerado nos últimos anos e ganharam, mais recentemente, um impulso fortíssimo com a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O que temos visto são remoções criminosas, atingindo cerca de 170 mil pessoas no Brasil inteiro, e desrespeito aos direitos mais básicos, em favor de uma lógica que privatiza os lucros, enquanto socializa custos e prejuízos à população. Estes prejuízos se distribuem desproporcionalmente, e é a população mais fragilizada, em particular, que arca com o peso maior.
Megaeventos são, no mundo todo, exatamente isso: grandes desculpas para criar-se um estado de exceção que permite a uns poucos maximizar seu ganho nas costas de muitos que pagam caro, seja por meio de impostos, seja pela perda da moradia, seja pela perda de direitos trabalhistas, seja, como é o caso hoje, com a vida.
Exigimos justiça para as famílias do Pinheirinho, mas também para aqueles que terão de ser responsabilizados e punidos por este arbítrio. Em primeiro lugar, o governador Geraldo Alckmin, que hoje inscreveu seu nome no panteão dos governos do Estado de São Paulo: agora ele também tem o seu Carandiru. Têm que pagar o preço do abuso, ainda, o juiz titular da 3ª Vara Federal, Carlos Alberto Antônio Júnior, que cassou a liminar que suspendia a ação de reintegração de posse, alegando que a justiça federal não teria competência  para atuar no caso, apesar da manifestação de interesse da União em comprar a área disputada; e especialmente a juíza da 6ª Vara Cível, Márcia Faria Mathey Loureiro, que planejou a ação junto com o comando da Polícia Militar; bem como os comandantes envolvidos na operação.
Mas se Pinheirinho é exemplar, também o é pela organização e empenho da comunidade em lutar pelos seus direitos. Rodaram o mundo fotos e vídeos destes homens e mulheres comuns que, jogados pelas circunstâncias numa luta desigual por seus direitos e sua dignidade, elevaram-se ao papel de fonte de inspiração e admiração para muitos. Pinheirinho pode cair, mas Pinheirinho não acabará para todos aqueles que seguirão lutando esta mesma luta.

A partir de hoje, Pinheirinho somos todos nós.

Fonte: Justiça Global http://global.org.br/tag/criminalizacao-dos-movimentos-sociais/

http://noticias.uol.com.br/album/120114_reintegracaosjc_album.htm?abrefoto=76#fotoNav=1


domingo, 22 de janeiro de 2012

Boaventura Souza, solidariza-se com a Comunidade do Pinheirinho

Boaventura Santos: "Direita oligárquica não descansa"

Em Canoas para uma oficina da universidade Popular dos Movimentos Sociais, evento pré-Fórum Social Temático, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos condenou duramente a ação de reintegração de posse autorizada pela justiça paulista e executada pelo governo de Geraldo Alckimin (PSDB). “A violência é um recado da direita oligárquica, que não descansa, a todos os movimentos sociais que lutam por seus direitos”, disse Boaventura.
por Ivan Trindade, em Carta Maior

Canoas (RS) – O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos comentou neste domingo, a violenta ação da Polícia Militar de São Paulo na desocupação da comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, São Paulo, na manhã deste domingo. Relatos dos próprios moradores dão conta de pelo menos sete mortes, informação não confirmada pela polícia militar até o final da tarde deste domingo.

Em Canoas para uma oficina da Universidade Popular dos Movimentos Sociais, evento pré-Fórum Social Temático, Boaventura condenou duramente a ação de reintegração de posse autorizada pela justiça paulista e executada pelo governo do estado, comandado pelo governador tucano Geraldo Alckimin (PSDB).

Para o professor, a violência é um recado da direita oligárquica a todos os movimentos sociais que lutam por seus direitos. Uma tentativa de desmoralizá-los. Para ele, a direita é anti-democrática e não hesita em usar de todos os meios para garantir seus interesses, sejam meios legais ou não.

O sociólogo cobrou uma ação firme do governo federal no caso e considera que mesmo com a violência, os movimentos sociais não se deixarão desmoralizar e seguirão em suas lutas por direitos fundamentais de cada cidadão.

 

Boaventura Souza Santos, sociólogo

Boaventura de Sousa Santos é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É igualmente Director do Centro de Estudos Socxiais da Universidade de Coimbra; Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa e membro do Núcleo Democracia, Cidadania e Direito (DECID).

Fonte: Vi o Mundo

Direitos Humanos

Alerta: Polícia começa desocupação do Pinheirinho moradores resistem!

22/01/2012

Covardia! Apesar de todas as decisões judiciais contrárias, a PM começou a desocupação do Pinheirinho esta madrugada. Helicópteros e tropas de choque isolaram a área e entraram na ocupação, pegando a todos de surpresa.

A PM está desfazendo as barricadas e organizando o despejo. Há notícias de feridos.

Os moradores da região estão estão revoltados e estão quebrando as dependências de apoio da polícia. Dentro da ocupação, moradores resistem. Está havendo confronto direto com a polícia, que está usando todo o aparato para repressão.  Helicópteros, bombas, tiros de borracha, tudo que se possa imaginar.

Alerta Brasil! Quem puder vir para São José dos Campos, venha, pois precisamos de solidariedade! Pinheirinho está sendo desocupado de forma violenta e ostensiva pela PM apesar da decisão judicial em contrário! A AÇÃO É ILEGAL!

Personalidades, direitos humanos, políticos: ajudem a parar esse massacre!

Fonte: Combate ao Racismo Ambiental
http://uniaocampocidadeefloresta.wordpress.com/2012/01/22/alerta-policia-comeca-desocupacao-do-pinheirinho-moradores-resistem

http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/6230-reintegracao-no-pinheirinho

Tropa de Choque começa a reintegração do Pinheirinho

Com pesado efetivo e blindados, Força está cumprindo a reintegração de posse da área; os moradores foram pegos de surpresa e os líderes do acampamento foram algemados; advogado dos sem-teto faz B.O.

Beatriz Rosa e Flávia Marreira, em O Vale
São José dos Campos
Atualizado às 8h11

A Polícia Militar  está neste momento com um forte efetivo no acampamento sem-teto do Pinheirinho, na zona sul de São José dos Campos para cumprir a ordem de reintegração de posse da área.
A informação é de que neste momento a PM está utilizando armas de fogo dentro e fora do Pinheirinho. A informação ainda não é oficial.
O clima no local é de guerra. A PM cercou todas as entradas.
Neste momento está havendo um confronto entre moradores e PM nas mediações do acampamento. Os moradores estão jogando pedras e a polícia reage com balas de borracha.
Prefeitura. O secretário de Desenvolvimento Social, Francisco Sawaia de Lima, está em reunião com equipes da prefeitura neste momento. Pelo menos quatro ambulâncias estão de prontidão na entrada do acampamento.
Operação. A operação teve início às 6h ddeste domingo com helicópteros Águia sobrevoando o local e jogando bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Os moradores foram pegos de surpresa e começaram a atear fogo nas barricadas de pneus na tentativa de uma reação.

Mas a ação da PM foi muito rápida. A Força já sabia onde estavam as armas e onde os líderes moravam. As armas foram apreendidas e os líderam foram algemados para desmobilizá-los. Todos os moradores estão sendo mantidos dentro de suas casas.

O pintor Cleiton Alves de Souza, de 26 anos, e sua esposa, Larissa da Silva, 19 anos conseguiram sair do acampamento com seus dois filhos, de 2 anos e 1 mês. Eles alegaram estar com muito medo.
Alguns outros moradores, que também saíram de suas casas, tiveram que voltar. Eles alegam que a não tem para onde ir.

Neste momento, há um confronto entre os moradores do Pinheirinho e os guardas municipais que tomam conta das tendas que a prefeitura montou em frente ao local. Os moradores estão jogando pedras na Guarda que reagiu com balas de borracha. Parte do poliesportivo do Campo dos Alemães foi depredada.
Ferido. Uma pessoa foi ferida no acampamento e levada para o Hospital Municipal da cidade. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dela.
Sem-teto. O advogado dos sem-teto, Aristeu Neto, acabou de fazer um B.O. (Boletim de Ocorrência) de flagrante por desobediência à ordem da Justiça Federal que havia se manifestado a favor da regularização do local. Ele Acabou de entrar com um contramandado para suspender a reintegração de posso. Segundo ele, a ordem desrespeita a Justiça Federal.
Neto também está tentando recorrer ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), na tentativa de suspender a reintegração.
Operação de guerra. A PM montou uma verdadeira operação de guerra no local. Todas as ruas do entorno foram barradas para impedir a saída dos moradores. Até mesmo parte da imprensa foi recebida a bombas.
Pelo menos 1.800 PMs estão envolvidos na operação que conta com o apoio da Tropa de Choque e da equipe da ROTA de São Paulo.





sábado, 21 de janeiro de 2012

Violação de Direitos Humanos

Ministra da Igualdade Racial suspeita de discriminação em morte de Duvanier

por, Cristiane Bonfanti

É válido que se levante essa possibilidade. Isso (racismo) é uma realidade.Ministra Luiza Bairros.

A ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), pedirá que a Polícia Civil do Distrito Federal inclua nas investigações sobre a morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, a possibilidade de discriminação racial. Em entrevista ao Correio, ela afirmou que, em um caso como o do secretário, que era negro, a suspeita de racismo, mencionada por representantes do governo, é sempre procedente.
                                                    
                                                         Foto

                          Secretario do Ministério do Planejamento Duvanier Paiva Ferreira

“É válido que se levante essa possibilidade. Até porque, há muito tempo, vem se colocando e se denunciando o tipo de tratamento discriminatório que as pessoas negras recebem no Brasil. Isso é uma realidade”, disse. Duvanier morreu na madrugada de quinta-feira, aos 56 anos, após sofrer um infarto agudo do miocardio e ter atendimento médico negado em dois hospitais particulares de Brasília, pelo fato de o seu convênio (a Geap) não ser aceito e por não possuir um talão de cheques em mãos.

A ministra considerou a morte do secretário “mais do que lamentável”. “Em se comprovando uma dimensão racial nesse caso, haveria uma indicação muito forte de que, na verdade, o racismo não está associado à condição econômica”, afirmou Luiza. A seu ver, diante da negação de direitos à população negra, o próprio Estado tem se preocupado em criar mecanismos que coloquem um ponto final nas discriminações.

Uma das medidas recentes foi a assinatura de um acordo de cooperação entre a Secretaria e o Ministério da Saúde, em outubro do ano passado. A parceria, a ser desenvolvida ao longo deste ano, prevê, além da divulgação de peças publicitárias no ambiente do Sistema Único de Saúde (SUS), a definição de uma estratégia para a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. “A política leva em conta, inclusive, o fato de que essas ocorrências cardíacas também são prevalecentes entre os negros e que isso deve ser observado nos serviços de saúde”, ressaltou a ministra. Ela admitiu, no entanto, que o governo precisa avançar no combate ao racismo. “Isso, na verdade, é um processo. Estamos num caminho que, absolutamente, não tem volta.”

Luiza ressaltou que, ao presenciar uma atitude de discriminação no ambiente hospitalar, o primeiro passo que a família precisa dar é fazer uma denúncia em uma delegacia. Mas há outros meios de combater o crime, como também registrar reclamações na própria ouvidoria da Secretaria da Igualdade Racial.

Fonte: Correio Braziliense http://www.correiobraziliense.com.br/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Duvanier Paiva Ferreira, Secretário do Ministério do Planejamento morre sem socorro em Brasília.

Duvanier Paiva, que cuidava do funcionalismo federal, passou pelos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia, mas, sem um talão de cheque, em mãos foi barrado, teve atendimento negado. Polícia vai investigar o caso

Polícia investiga se houve negligência de hospitais no socorro a Duvanier Paiva, assessor da pasta de Planejamento, que sofreu um infarto Principal articulador do governo com as categorias do funcionalismo público, Duvanier Paiva Ferreira, de 56 anos, morreu ontem em Brasília. O servidor passou mal em casa, na 303 Sul, e foi levado, de madrugada, para os hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia. Como os dois centros não aceitam o plano de saúde de Duvanier (Geap) e ele estava sem cheques para a caução, acabou levado para o Hospital Planalto, onde os médicos não conseguiram reanimá-lo. Colegas de trabalho denunciaram o caso e o diretor-geral da Polícia Civil, Onofre Moraes, determinou a abertura de inquérito. Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte do assessor.

O secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, morreu às 5h30 de ontem, aos 56 anos. Após sofrer um infarto agudo do miocárdio quando estava em casa, na 303 Sul, foi levado aos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia. Mas, sem um talão de cheques em mãos, teve o atendimento negado. Ele era conveniado da Geap, plano não coberto pelos dois hospitais, segundo as centrais de atendimento. Quando chegou ao Hospital Planalto — o terceiro na busca por uma emergência —, o quadro já estava avançado e os médicos não conseguiram reanimá-lo.

É uma perda irreparável, tanto para a gestão pública como para o sindicalismo", desabafou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Artur Henrique da Silva. Antes de entrar para o Ministério do Planejamento, Duvanier foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), diretor da CUT estadual de São Paulo e assessor da Secretaria Geral da CUT nacional. No cargo de secretário de formação da CUT-SP, fundou e coordenou a Escola Sindical de São Paulo. Foi também chefe de gabinete da Secretaria de Gestão Pública da Prefeitura de São Paulo e assessorou a presidência da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
                                
Repercussão

Muito abalada, a ministra do Planejamento , Miriam Belchior, lembrou que Duvanier simbolizava a política de recursos humanos do governo federal. O corpo foi velado ontem, no cemitério Campo da Esperança. No fim da tarde, foi transportado a São Paulo, onde será enterrado hoje.

Inquérito

 O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Onofre Moraes, afirmou que, diante das denúncias de servidores e dos relatos levados a ele pelo Correio, abrirá inquérito para apurar as condições e o atendimento recebido por Duvanier Paiva nos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia.

A presidente Dilma Rousseff pediu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, "providências exemplares" na apuração de suposta omissão de socorro por parte de dois hospitais do Distrito Federal no atendimento.
                                                     Versão Digital da Notícia
                        Secretário de ministério morre sem atendimento .jpg 
Fonte:site Ministério do Planejamento
Fonte:em.com.br


Cantora Etta James, a lenda musical da América, estrela do jazz, soul e do blues morre aos 73 anos nos EUA

A cantora Etta James morreu nesta sexta-feira aos 73 anos, informou à CNN o seu empresário, Lupe De Leon


Vida

Etta James, nasceu Jamesetta Hawkins,  Los Angeles, California,  filha de Dorothy Hawkins, no dia 25 de janeiro de 1938.

Sua carreira teve incío aos 05 anos de idade, cantando gospel em coral de igreja, sob a direção do  maestro e professor  James Earle Hines, diretor musical da escola Echoes of Eden da Igreja Batista de St.Paul, em Los Angeles.

O reconhecimento do público e a fama correu  os anos 1950 e 1960, quando começou a cantar blues e R&B. Uma de suas músicas mais conhecidas é a versão de "At Last", de Mack Gordon e Harry Warren.

Na década de 1960, ela lançou dois de seus melhores discos, "At Last!" e "The Second Time Around", pela gravadora Argo Records.

Etta continuou gravando e se apresentando até os anos 2000, lançando mais de 30 álbuns ao longo de sua carreira. A revista "Rolling Stone" elegeu Etta uma das 100 melhores cantoras da história (ela ocupa a posição 22) e um dos 100 melhores artistas (na posição 62).

Etta recebeu seis Grammy e 17 prêmios Blues Music. Ela entrou para o Hall da Fama do Rock n'Roll em 1993 e para o Hall da Fama do blues em 2001, em 06 décadas de vida dedicada à musica.

Reintegração de posse no Pinheiro é suspensa por 15 dias

A luta pelo Direito Humano à Moradia

A ordem de reintegração de posse do Pinheirinho foi suspensa por 15 dias a partir de  18 de janeiro. Emitida pelo juiz da 18ª Vara Cível, Luiz Bethoven Giffoni, que cuidava do processo da massa falida da Selecta, o pedido de suspensão (leia a petição entregue à Justiça) foi prontamente levado ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori.

A medida foi articulada pelos advogados do movimento e parlamentares como o senador Eduardo Suplicy (PT) e o deputado federal Ivan Valente (PSOL). Também estavam presentes os deputados estaduais Carlos Giannazi (PSOL) e Adriano Diogo (PT).

O pedido inicial, uma trégua de 60 dias para que se avançasse nas negociações entre os governos municipal, estadual e federal, não foi aceita. O próprio presidente do TJ sugeriu então que se procurasse o juiz Bethoven, que acabou aceitando a suspensão de 15 dias. Surpreendentemente, a juíza Márcia Loureiro, que emitiu a ordem de reintegração, recusou-se a aceitar qualquer trégua, mas felizmente o desembargador recebeu e acatou o pedido.

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A suspensão provisória foi recebida com alegria e alívio pelos moradores, que souberam da notícia durante uma assembleia com cerca de 2 mil pessoas, realizada ao final da tarde. Sabem, no entanto, que essa é apenas uma vitória parcial e que será preciso ampliar a mobilização pela desapropriação definitiva do terreno.

Fonte: Site do PSTU

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Situação Humanitária na Cisjordânia em em Gaza permanece pereocupante, afirma funcionária da ONU

A Subsecretária-Geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, reiterou sua preocupação com o impacto da contínua atividade de assentamento de Israel na Cisjordânia e em Gaza.

“Também falei sobre o zoneamento e planejamento de regulamentações sobre a Área C”, disse Amos, se referindo aos 60% da Cisjordânia onde Israel retêm o controle sobre segurança, planejamento e construção.
                                             Subsecretária-Geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valerie Amos  
Valerie Amos, Sub Secretária Geral das Nações Unidas para  Assuntos Humanitários

Amos expressou sua preocupação com o bloqueio permanente de Gaza e seu impacto sobre o desenvolvimento econômico da região. Israel impôs o bloqueio pelo que chamou de “razões de segurança” depois que o Hamas, que não reconhece o direito de Israel a existir, expulsou o movimento Fatah em Gaza em 2007.
Outro motivo de preocupação é o desmantelamento da passagem de Karni para Gaza, que segundo Amos terá o efeito de reduzir a atividade comercial, particularmente as exportações de Gaza para a Cisjordânia e Israel.
Fonte:Onu Brasil

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Analista político defende resistência no Pinheirinho no Jornal da Cultura

Direito Humano à Moradia



O músico  Emicida solidariza-se com a Comunidade do Pinheirinho

A voz dos sem voz.

"A luta sempre foi uma constante para nós" Emicida

"Lembro-me quando nos mudamos para o [bairro do] Cachoeira. Foram anos até conseguir ter um terreno para construir nossa casa. Detalhe: já havíamos passado por diversas situações de luta por um cantinho pra morar, lembro-me vagamente - na época ainda era um bebê - do que acabou por dar origem a bairros como a parte de cima da Ataliba, Filhos da Terra, o Pombal do Jaçanã, entre outros. Lembro dos acampamentos, das noites sob a lona preta, entre as cordas, sonhando que era ali que moraríamos, daquele dia em diante. Lembro de passeatas para Brasília, na qual minha mãe tinha que nos deixar sozinhos em casa e ir “pro front”, junto a nossos companheiros que também não tinham onde morar. A luta sempre foi uma constante para nós".

Matéria Completa em http://www.emicida.com/

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"O Brasil é afetivo, encantador, violento e tenebroso"

Para Maria Rita Kehl, o importante é quem está se mobilizando tenha inteligência política suficiente para saber que pontos políticos pode mobilizar

por, Áurea Lopes (SP) (26.12.2011)

"É hora de fazer política"

Indignada com o descaso dos governos e a indiferença da população diante das mazelas sociais (“restos não resolvidos de 300 anos de escravidão”), Maria Rita fala sobre o engajamento dos jovens nas lutas populares (“ainda é pouco”), a violência policial (“resultado de uma ditadura que termina impune”) e afirma que os recursos para aplacar as dores do país estão na militância: “É hora de fazer política".

Brasil de Fato – Uma frase que do seu último livro que chamou muito a atenção e teve grande repercussão foi “O Brasil dói”. A pergunta inevitável é: quais as dores do Brasil que você considera mais preocupantes? 

Maria Rita Kehl – Bem, não que seja uma frase genial, ao contrário, acho até banal. Mas talvez tenha chamado tanto a atenção porque corresponda ao sentimento de muita gente. A dor que o Brasil sente eu já intuía, mas aprendi com o meu ex-companheiro, o historiador Luís Felipe Alencastro, que é um estudioso da escravidão no Brasil. Uma parte do que se chama de um difuso mal estar tem a ver com os restos não resolvidos politicamente de 300 anos de escravidão. Quer dizer, não há explicitamente uma política de segregação no Brasil, mas nunca houve uma abolição, de fato. A abolição se deu porque economicamente o sistema já estava falido.    

A escravidão acabou assim, com miséria, com os escravos chutados dos lugares, ganhando subsalários.

Mas não houve nada para proteger essas populações, que foram jogadas nas ruas, sem trabalho, sendo tratadas do mesmo jeito que antes porque a cor da pele não muda... e marcou durante décadas os escravos.

Demorou muito para o negro ser visto como um trabalhador livre, como qualquer outro. E mesmo hoje, acho importantes as políticas públicas feitas no governo Lula e no governo Dilma, mas embora não haja preconceito explícito, que agora é ilegal, há, sim, diferenças.

Outra coisa que dói, para pegar aquilo que me atinge, é a forma como a ditadura militar acabou. Igualzinho.

De repente acabou, porque estava inviável mesmo... e não tem reparação, não tem investigação, julgamento de quem torturou, de quem matou... crimes de Estado ficaram impunes. Hoje há um movimento mais importante para tentar fazer alguma coisa, com muito esforço, conseguiu- se uma tímida comissão da verdade. Mas a indiferença da população é enorme. E dói também o desamparo de uma parte da população, quando tem inundação, quando desaba um morro... e você vê o modo como a verba pública é desviada, os mistérios não cumprem suas funções.... é isso que dói.

Fonte: Entrevista completa no site Brasil de Fato  http://www.brasildefato.com.br/

Liberdade: Agente de Saúde preso sem provas deve deixar prisão hoje

Michel Silveira da Silva trabalhava no momento em que crime foi cometido.
Desembargador concedeu a liberdade do agente de saúde.

O agente de saúde Michel Silveira da Silva, preso desde outubro por uma denúncia de roubo sem nenhuma prova do envolvimento dele no crime, teve a liberdade concedida pelo desembargador Luís Carlos Ribeiro dos Santos, do Tribunal de Justiça, na tarde desta quinta-feira (12).

Ele só deverá deixar o CDP de Osasco, no entanto, depois dos procedimentos burocráticos

Antes de saber da decisão, Michel falou sobre como se sentiu ao ser preso por um crime cometido no momento em que estava trabalhando. "Por mais que você esteja sendo acusado de alguma coisa, até que se prove o contrário, você é um cidadão, tem seus direitos. Infelizmente esses direitos não me deram, não é? Você já mora em periferia, é negro, você é tudo, então já tem um certo preconceito. É só mais um que está ali", disse Michel.




Fonte G1

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Violação de Direitos Humanos

Estudante da USP: "PM me escolheu porque eu era o único negro"

por Alceu Luís Castilho, do blog Outro Brasil

Órfão de pai desde os 15 anos, Nicolas Menezes Barreto sabe bem o que é trabalhar. Ele é músico e professor da rede municipal de ensino, na zona leste – em condição provisória, pois ainda não é formado. Ele prestou Música, mas entrou na segunda opção no vestibular da Fuvest. Cursa Ciências da Natureza na EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), na USP-Leste.

Nicolas foi agredido por um sargento da PM, nesta segunda-feira, durante a desocupação da antiga sede do DCE Livre, o DCE ocupado – a alguns metros da sede da reitoria da USP. “Eu era o único negro lá, com dread”, disse ele ao blog Outro Brasil, por telefone, no fim da tarde.

A palavra dread remete ao estilo de cabelo rastafari. “Sem dúvida foi racismo. Ele foi falar comigo porque pensou que eu não era um estudante, e sim um traficante, algo assim. Tanto que se surpreendeu quando viu que eu era estudante”.

Ele conta que um guarda universitário ajudou o PM a segurá-lo, durante a agressão – naquele momento as imagens aparecem um pouco mais distantes no vídeo. Sobre o sargento que o agrediu, ele afirma: “O cara estava virado no capeta, não sei o que acontece. Tem de pagar as contas também, né. Mas não aceito.”
Nicolas diz que é conhecido dos guardas universitários. Até por ter sido um dos 73 estudantes presos durante a desocupação da reitoria, no início de novembro.

- Agora estou aqui, na endorfina, na adrenalina, tentando me livrar desse susto. Tive algumas escoriações, arranhões, cortes na mão. Mas fiquei com medo de ir à delegacia sozinho. Como tem o vídeo, vou fazer depois o exame de corpo de delito. Estou esperando o advogado para ir fazer o boletim de ocorrência.
O estudante conta que não falou nada demais na hora em que o policial avança em sua direção. “Quando eu falo no vídeo, com o punho da mão fechado, estava dizendo que nós estávamos cuidando do espaço e que não precisávamos da reforma da reitoria. Ele não entendeu isso e veio pra cima de mim”.

O sargento pediu o documento e Nicolas disse que sua palavra bastava. “Aí ele me puxou da bancada”, confirmando o que se vê e ouve no  vídeo veiculado pela internet. “Tentei me defender para não tomar um tapa na cara – ou um tiro na barriga, pois ele me apontou a arma”.

Nicolas fala com orgulho de seu projeto como músico, a banda BRs. O símbolo da banda tem um quadradinho antes do “s”. Ele conta que sua mãe insiste, diante das dificuldades, para ele priorizar o trabalho – pois a família depende de sua renda. Mesmo assim ele tenta conciliar tudo. “Minha mãe sabe da minha luta”.

O estudante atendeu a reportagem agitado, mesmo depois de uma noite sem sono – os estudantes ficaram em vigília nas últimas noites, por conta da ameaça de nova desocupação do espaço.

Antes de desligar o telefone, ainda falou do momento “sinistro” que vivem os alunos da USP durante a gestão de João Grandino Rodas. E se declarou preocupado com a cobertura da mídia. Já sabe que alguns veículos o definiram como “suposto” estudante. “Às vezes o repórter está bem intencionado, mas não sabemos como vai ser a edição”.

Fonte: blog OUTRO BRASIL

Vídeo mostra PM agredindo estudante na Cidade Universitária

 Episódio Vergonhoso
   



- Você é estudante daqui? Você é estudante daqui?
- Eu sou.
- Cadê a carteirinha?

Quem faz a pergunta é um policial militar, dentro da sede do DCE Ocupado, na Cidade Universitária - a poucos metros da reitoria. O alvo de sua ação é um estudante de Ciências da Natureza da USP-Leste, o músico Nicolas Menezes Barreto, que tem participado ativamente do movimento (reivindicações e greve) na USP, contra as políticas da reitoria e a entrada da própria PM no campus.

No momento em que o sargento André Luiz Ferreira vai em direção a Nicolas ele conversava com Rafael Alves, uma das lideranças mais ativas no Comando de Greve dos estudantes. Os estudantes cobravam da polícia um mandado de reintegração de posse do local – alvo de disputa com a reitoria. O policial alega que eles estão atrapalhando a reforma prevista no local. Ele pergunta: “A ação de vocês é legal?”

Não fica claro o que Nicolas diz, mais ao fundo. Ele levanta o braço, diz algo em voz baixa e o policial dispara em sua direção. Nicolas é negro. Diz que não vai mostrar.

- Eu estou dando a minha palavra.
- Eu quero que você mostre a carteirinha!

O sargento puxa o estudante, que estava sentado num balcão. Em seguida saca a arma e aponta para ele. Franzino, Nicolas não esboça reação, mesmo assim é agredido.

- Tira a mão de mim – diz ele.
- Eu sou policial – continua o PM, exaltado. – E quero que você mostre pra mim...

Em seguida Ferreira dá vários tapas no estudante e o chacoalha com puxões na camisa, descontrolado.

Outro policial filma toda a cena. Alguns estudantes afirmam que há ali abuso de autoridade. Mas o foco do PM é mesmo Nicolas.



domingo, 8 de janeiro de 2012

Rechazan demolición de edificio histórico con un candombe

"Meu sangue está há mais de 500 anos neste país, como não sou argentino!" Carlos Lamadrid

A luta pela preservação e reconhecimento da Memória, Cultura e Identidade dos afroargentinos

por, Elenice Semini

Ação Cidadã e Mobilização

 "Asociación Misibamba convoca a realizar una manifestación en la puerta de la entidad. Los tambores de nuestro ancestral candombe porteño tronarán por la defensa de la Casa Suiza"

Maria Elena Lamadrid, Carlos Lamadrid, Presidente e Secretário da Misibamba Associação de afroargentinos de Buenos Aires, organizaram dia 06 p.p. manifestação para evitar o desaparecimento da Casa Suiza (Rodriguez Peña, 254). A demolição está planejada para construção de um prédio de escritórios e garagens.

06 de janeiro dia do Santo Rei Balthazar, padroeiro dos afroargentinos

A manifestação na porta da Casa Suiça,   contou com a participação do antropólogo  Norberto Pablo Cirio que há 20 anos desenvolve pesquisas e trabalhos sobre a história da comunidade afroargentina,  Associação Misibamba, Associação Basta de Demolir, vizinhos, funcionários públicos e pessoas interessadas na preservação do Patrimônio Cultural da Cidade Autónoma de Buenos Aires. 

Carlos Lamadri "Meu sangue está há mais de quinhentos anos na Argentina."

Carlos Lamadrid afroargentino, Secretario da Associação Misibamba revela que  "Em 1920 afroargentinos da família Nunes, reuniram-se com outras pessoas e decidiram criar a Associação que se chamou Shimmy Club e contrataram a Sociedade Filantrópica  Suiza para realizar 08 noites de carnaval, bailes  que eram concorridos.Misibamba trata de resgatar nossa inclusão na história Argentina.Hoje qualquer cidadão com tez mais escura que a minha, na rua  perguntam de onde voce é? Quando respondemos Argentina, surprendem-se, imaginam que somos uruguaios, brasileiros, e ultimamente africano. Eu tenho mais de 500 anos neste país, minha família meu sangue, tem mais de 500 anos aqui, como não sou argentino". 

Nota do Diário Clarin

Ele nasceu para sediar a Sociedade Suíça Filantrópica, um cenário por onde passou artistas como Carlos Gardel e Sandro, mas acima de tudo foi, e ainda é, um dos poucos lugares onde há material relacionado à história dos negros e afro-argentinos da Cidade . A Suíça Casa, Rodriguez Pena 200, tem uma fachada Art Deco, mas uma grande história que, se tudo continua como planejado, vai desaparecer para dar lugar a um prédio de escritórios e garagens.

Esta tarde, aos 18 anos, afro-argentinos descendem de tronco colonial, um grupo que existia antes de a nação que estava presente desde a primeira fundação de Buenos Aires, a ONG Parada Demolir e moradores do bairro procuram evitar a demolição do edifício, com uma mobilização frente ao edifício, incluindo bateria candombe o ritmo da Argentina.

A Casa da Suíça começou a funcionar como a sede da Sociedade Filantrópica Suíça (nascido em 1861 e foi uma das primeiras instituições de imigrantes da Argentina) em 1895.

Foi, por exemplo, casa de imigrantes suíços e ali funcionou o Clube Shimmy, uma associação dos afro-argentinos tronco colonial fundada em 1882 que alugava suas instalações desde o final dos anos  20 a 70 para reuniões e carnavais. Para a sua sala de estar também veio Gardel, Sandro, Hermetic and Round. Durante a ditadura, também era um refúgio para as Mães da Plaza de Mayo.

Hoje soaram os tambores como há mais de 50 anos.

Fonte: Misibamba Associação. http://www.misibamba.com/ 
           b!d basta de demolir  http://bastadedemoler.org/


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Que crescimento é esse?

Contradições da sexta economia do mundo

Por Igor Felippe Santos, no Escrevinhador  publicada segunda-feira, 02/01/2012 às 10:43 e atualizada terça-feira, 03/01/2012 às 19:33

O maniqueísmo domina as análises sobre o Brasil e o desempenho do governo Lula/Dilma. De um lado, alguns avaliam que o governo é responsável por dádivas de Deus. Do outro, não fez nada que preste e merece as chamas do inferno. A leitura do estudo da consultoria britânica, especializada em análises econômicas, de que o Brasil ocupará o posto de sexta maior economia do mundo seguiu o mesmo padrão.

Nos últimos oito anos, o Brasil teve um crescimento baixo em comparação com os outros países emergentes, mas bem maior do que no sombrio período do FHC. No entanto, o principal fator para o Brasil chegar ao posto foi a crise capitalista de 2008, que derrubou países centrais.

O fortalecimento do mercado interno, com a valorização do salário mínimo, políticas de crédito e políticas sociais também foi importante, mas não central para o país se tornar a sexta economia do mundo. Isso acontece porque o mercado interno brasileiro, embora fortalecido, não está no centro da dinâmica da nossa economia, que é dependente do mercado externo.

Quem sustenta a economia brasileira é a exportação de matéria-prima mineral e agrícola, controlada por empresas transnacionais e do mercado financeiro que não paga impostos na exportação (por causa da Lei Kandir, uma herança maldita do governo FHC mantida até hoje), para China e outros países centrais.

Por isso, a “grande” vantagem comparativa do Brasil na disputa capitalista internacional é o baixo valor de troca da força de trabalho (nossos trabalhadores têm um nível de renda menor que dos países centrais, assim são superexplorados), a exploração de recursos agrícolas e minerais e o desrespeito a direitos sociais básicos.

O Brasil é uma formação social fundada na desigualdade social e violenta concentração de renda, riqueza e capital. Isso é o paraíso para as empresas transnacionais. Quanto maior essa concentração (viável pela falta de um sistema tributário progressivo, que taxe mais que tem mais e movimenta mais dinheiro), maior as possibilidades de investimentos e lucros.

Um dos elementos que garantem essas condições é o pagamento de salários baixos. Segundo dados preliminares do Censo divulgados nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria dos postos de trabalho criados a partir de 2000 foi ocupada por trabalhadores com remuneração de até dois salários mínimos (igual a R$ 1.244 com o novo salário mínimo). Essa faixa de remuneração representa 63% do total em 2010.

Em relação à exploração dos recursos naturais, o país passa por uma ofensiva do capital estrangeiro, para controlar as nossas terras e a produção agrícola.

A desnacionalização das terras e da agricultura chega a níveis inéditos, enquanto o governo não tem instrumentos para mensurar e controlar. De 2002 a 2008, empresas do agronegócio trouxeram uma avalanche de investimentos estrangeiros, que somaram US$ 46,91 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

Ao mesmo tempo, enquanto exporta matéria-prima mineral, para que os países centrais produzam máquinas, equipamentos e produtos eletrônicos, o Brasil passa por um grave processo de desindustrialização. Uma moção do Congresso Brasileiro de Economia, realizado em setembro, apontou que “o Brasil não pode continuar com o atual processo de aumento da dependência da importação de produtos industrializados. A atual substituição da produção interna por produtos importados ocorre antes que o país tenha alcançado o domínio dos processos tecnológicos estratégicos para assegurar a sustentabilidade de seu desenvolvimento soberano”.

Por fim, os direitos sociais dos brasileiros são desrespeitados, o que abre a perspectiva de investimentos do grande capital em empresas do setor de serviços e, ao mesmo tempo, “libera” o Estado de aplicar os recursos dos impostos nessas áreas para pagar os juros, amortizações e os títulos da dívida pública, que são controladas por bancos brasileiros e estrangeiros e empresas transnacionais. Do orçamento geral da União, apenas em 2010, R$ 635 bilhões (que representa cerca de 45% do montante total do orçamento) para o pagamento de juros, amortizações e o refinanciamento da dívida pública brasileira.

O que o Brasil oferece ao mundo, ou melhor, às empresas capitalistas transnacionais são trabalhadores mal remunerados, condições para concentração de renda e riqueza para novos investimentos, terras (além de sol e água) para a produção de commodities para exportação, minérios sem valor agregado para os países centrais e mercado para investimentos no setor de serviços.

Aplaudir com entusiamo e sem fazer necessárias ponderações ao 6º lugar do Brasil na economia mundial é comemorar a consolidação e expansão de um modelo econômico que se sustenta nas más condições de vida do povo brasileiro, na desigualdade de riqueza/renda e na desnacionalização/desindustrialização da economia, que fazem do Brasil o paraísos das empresas transnacionais.

Só valerá a pena para o povo brasileiro continuar crescendo na lista das maiores economias do mundo se foram realizadas mudanças estruturais – que possam garantir melhores condições de vida a toda a população, com maiores salários e a efetivação dos direitos sociais, e a independência econômica, industrial e tecnológica em relação às empresas estrangeiras – em torno de um projeto popular para o desenvolvimento do Brasil.

Que o povo brasileiro se organize e lute para construí-lo em 2012!

Igor Felipe Santos é jornalista, editor da Página do MST, do conselho político do jornal Brasil de Fato e do Centro de Estudos Barão de Itararé.

Direitos Humanos

O pau de arara da dupla Kassab-Alckmin na Cracolândia

por  Wálter Fanganiello Maierovitch

É inacreditável. Em tempos de Tribunal Penal Internacional e de luta sem fronteiras por respeito aos direitos humanos e contra a tortura, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador do estado paulista, Geraldo Alckmin, adotam, na conhecida Cracolândia, violência contra dependentes de crack. A dupla de governantes acaba de oficializar a tortura.

Na quarta-feira (4), por determinação do prefeito da cidade de São Paulo e do governador do Estado, iniciou-se o denominado “Plano de Ação Integrada Centro Legal”. Esse plano, consoante anunciado, terá duração indeterminada.

O plano, como explicou o coordenador de políticas de drogas da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, consiste em obrigar os dependentes que vivem na Cracolândia a buscar ajuda, “pela dor e sofrimento” decorrentes da abstinência, junto às autoridades sanitárias ou redes de saúde.

Ao tempo do DOI-CODI, a tortura, como regra mestra, foi largamente empregada. A regra era torturar, física ou psicologicamente, para obter o resultado esperado.
Nos campos nazistas, a fome e o abandono levavam à morte. Auxiliavam na vazão, pois, eram insuficientes em número os fornos crematórios.

A tortura indireta posta em prática pela dupla Kassab-Alckmin tem o mesmo fundamento dos campos de concentração nazista. E a tortura imperava no DOI-CODI, de triste memória.

Em nenhum país civilizado emprega-se essa estratégia desumana a dependentes. Ao contrário, investe-se no convencimento ao tratamento e até nas salas seguras para uso de drogas.

As federações do comércio e da indústria da Alemanha apoiam os programas de narcossalas com 1 milhão de euros. E ninguém esquece a lição do professor Uwe Kemmesies, da Universidade de Frankfurt:

“Podemos reconhecer que a oferta de salas seguras para o consumo de drogas melhorou a expectativa e a qualidade de vida de muitos toxicodependentes que não desejam ou não conseguem abandonar as substâncias”:


Desde os anos 90, a cidade convive com a Cracolândia e os governos são incapazes de adotar políticas adequadas.

Nem as delegacias especializadas, tipo Denarc (delegacia de narcóticos), nem a polícia militar identificaram, até hoje, a origem do crack que é ofertado. Agora, numa ação policialesca, busca-se o cerco ao usuário para se chegar ao vendedor da droga. Vendedor que, evidentemente, não é o operador da rede de abastecimento de crack para as cracolândias brasileiras.

Uma questão sócio-sanitária, de saúde pública, não pode mais ser enfrentada com soluções torturantes, como pretendem Alckmin-Kassab.

Pano Rápido. Aguarda-se que a ministra responsável pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário,  tome medidas adequadas para suspender as torturas em São Paulo e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel,  inicie apurações criminais. E espera-se que a nova procuradora junto ao Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, natural de Gâmbia (África Ocidental), levante o que acontece na Cracolândia e enquadre as irresponsabilidades e desumanidades.

Fonte:blog Sem Fronteiras, em 05.01.2012 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Casal espanhol diz que filho negro foi expulso de restaurante em São Paulo

Garoto foi adotado há dois anos na Etiópia e, segundo família, está abalado.
Defesa do estabelecimento diz que criança foi confundida com menino de rua.

por Rafael Sampaio do G1

O que era para ser uma viagem de férias no Brasil terminou em tristeza para a espanhola Cristina, de 42 anos. A mulher, que não quis ter o sobrenome revelado, veio ao país com o marido Jordi, também espanhol, e o filho de 6 anos, adotado há dois na Etiópia.

Na sexta-feira (30), Cristina procurou a polícia alegando que seu filho, que é negro, foi expulso do restaurante Nonno Paolo, no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo.

O advogado do estabelecimento nega e diz que o menino saiu espontaneamente após ser abordado pelo proprietário.

O dono do restaurante confundiu a criança com um menino de rua, segundo seu defensor, José Eduardo da Cruz.

O garoto, que não fala português, foi encontrado pela família a um quarteirão de distância do local.

"Foi um desespero, a primeira coisa que eu pensei foi que alguém havia levado ele embora [o menino] e que não iríamos vê-lo nunca mais", disse a mãe, técnica de administração acadêmica na Universidade de Barcelona.


A família havia ido ao Parque Ibirapuera na manhã da sexta (30) e decidiu comer no restaurante à tarde.

Funcionários viram que o garoto entrou com os pais e o trataram como cliente num primeiro momento, relatou Cristina.

A família, que chegou ao Brasil em 17 de dezembro, disse estar muito abalada. A tia que hospeda o casal, Aurora, afirmou que o garoto evita falar sobre o caso e que estava chorando quando foi encontrado pelos pais.

"Ela [Cristina] chegou aqui chorando, com o marido. Eu voltei [ao restaurante] com ela para saber o que houve e um funcionário admitiu que havia colocado o menino para fora."

O casal espanhol fez um boletim de ocorrência no 36º Distrito Policial, na Vila Mariana, ainda na sexta (30). O caso foi registrado como constrangimento ilegal, mas a polícia investiga a hipótese de racismo.
A mãe já foi ouvida pelos policiais.

O advogado do Nonno Paolo reconhece que o dono do estabelecimento abordou a criança, mas nega que tenha havido racismo. "Ele [o dono] se dirigiu ao garoto e ele não respondeu. Ele imaginou que fosse mais um dos meninos de rua da feira, e a criança saiu do local espontaneamente. Em hipótese alguma houve racismo", disse.
Funcionários do restaurante ouvidos pelo G1 confirmam que o dono do local colocou o garoto para fora do estabelecimento.

"Ele me disse 'um senhor me botou para fora', em catalão, que é a nossa língua. Perguntamos se ele estava ferido e ele disse que foi segurado pelo braço, mas não foi machucado", contou a mãe.

O gerente do restaurante, porém, garante que houve um desencontro entre o menino e seus pais. “O menino saiu procurando os pais dele. Mas ele foi para o lado errado. Os pais estavam de um lado e ele foi para outro”, disse José Eduardo Fernandes Neto.
A família voltou nesta segunda (2) para a Espanha, mas vai acompanhar o caso e estuda entrar na Justiça caso a investigação não prossiga.

Fonte:G1 SP


























Racismo e Intolerância

A criança encolhida e chorando num canto ao ser perguntado o que aconteceu, respondeu: "O senhor pegou-me pelo braço e me jogou aqui fora".


Em São Paulo criança negra é retirada de restaurante ao ser confundida com pedinte

Por Mario Sergio

Neste final de ano pude testemunhar e viver a vergonha dessa praga do racismo aqui em nossa multicultural São Paulo. E com pessoas próximas e queridas. Não dá para ficar calado e deixar apenas o inquérito policial que abrimos tomar conta dos desdobramentos desse episódio lamentável e sórdido.

Na sexta feira, 30, nossos primos, espanhóis, e seu pequeno filho de 6 anos foram a um restaurante, no bairro Paraíso (ironia?) para almoçar. O garoto quis esperar na mesa, sentado, enquanto os pais faziam os pratos no buffet, a alguns metros de distância. A mãe, entre uma colherada e outra, olhava para o pequeno que esperava na mesa. De repente, ao olhar de novo, o menino não mais estava lá. Tinha sumido.

Preocupada, deixou tudo e passou a procurá-lo ao redor. Ao perguntar aos outros frequentadores, soube que o menino havia sido retirado do restaurante por um funcionário de lá. Desesperada, foi para a rua e encontrou-o encolhido e chorando num canto.

Perguntado (em catalão, sua língua) disse que “o senhor pegou-me pelo braço e me jogou aqui fora”.

O casal e a criança voltaram para o apartamento de minha sogra e contaram o ocorrido.

Minha sogra que é freguesa do restaurante, revoltada, voltou com eles para lá.

Depois de tergiversações, tentativas de uma funcinária em pôr panos quentes, enfim o tal sujeito (gerente??) identificou-se e com a arrogância típica de ignorantes, disse que teria sido ele mesmo a cometer o descalabro. Mas era um engano, mas plenamente justificável porque crianças pedintes da feira costumavam pedir coisas lá e incomodar. E que ele era bom e até os alimentava de vez em quando.

Nem sequer pediu desculpas terminando por dizer que se eles quisessem se queixar que fossem à delegacia.

Minha sogra ligou-me e, de fato, fomos à delegacia do bairro e fizemos boletim de ocorrência.

O atendimento da delegada de plantão foi digno e correto. Lavrou o BO e abriu inquérito. Terminou pedindo desculpas e que meus primos não levem uma impressão ruim do Brasil.

Em tempo: o filho de 6 anos é negro.

Em um e-mail (ainda não respondido pelo restaurante Nonno Paolo) pergunto qual teria sido a atitude se o menino fosse um loirinho de olhos azuis.

Fonte: http://www.advivo.com.br/