quinta-feira, 30 de junho de 2011

Família procura Juan Moraes, de 11 anos

A ONG Rio de Paz realizou um protesto na tarde desta quarta-feira contra o sumiço do menino Juan Moraes, 11, desaparecido desde o dia 20 de junho após tiroteio entre traficantes e policiais na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Máscaras brancas, representando rostos de pessoas desaparecidas, foram usadas pela ONG para lembrar também de 22.533 pessoas desaparecidos no Estado do Rio desde 2007.

Nas escadarias da Assembleia Legislativa, a ONG estendeu faixas pedindo investigação rigorosa sobre o caso de Juan. No dia do tiroteio, ele foi foi baleado com o irmão, Wesley, 14. O mais velho voltou para casa para pedir socorro, mas quando voltou com a mãe, não encontrou mais o irmão.

De acordo com o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos da Costa, os principais suspeitos do desaparecimento de Juan são os policiais militares que participaram do confronto. Eles foram afastados e respondem à sindicância interna. A Polícia Civil tomou depoimentos dos militares e aguarda os laudos das periciais no local do confronto e no carro usado pelos PMs para seguir a investigação.

A Polícia Civil e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa investigam o caso. Exames indicaram a presença de sangue em carros da PM que serviam aos policiais envolvidos no tiroteio, mas ainda não está confirmado que o sangue seja de Juan.

Fonte:Folha.com


Reprodução
Cartaz do Disque-Denúncia pede informações sobre o paradeiro do menino Juan Moraes, 11, desaparecido após tiroteio
Cartaz divulgado pelo Disque-Denúncia pede informações sobre o paradeiro do menino Juan Moraes, 11



quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ministra Eliana Calmon: Mulheres presas são duplamente discriminadas

Encontro Nacional sobre o Encarceramento Feminino

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, afirmou, nesta quarta-feira (29/6), que as mulheres encarceradas sofrem dois tipos de discriminação. "Elas sofrem por serem mulheres e por estarem presas. As políticas públicas para o nosso esfacelado sistema carcerário são voltadas exclusivamente para o sexo masculino", disse a corregedora, na abertura do Encontro Nacional sobre o Encarceramento Feminino, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.

Segundo a corregedora, essa dupla discriminação se deve ao fato de as mulheres, historicamente, representarem um percentual muito pequeno – hoje é de 7,4% - dentro da população carcerária brasileira, o que levou as políticas públicas a serem direcionadas aos detentos do sexo masculino. "A situação das mulheres encarceradas é desconhecida até mesmo pelos movimentos feministas. Assim, cada vez mais elas ficam longe do alcance dos direitos humanos", disse a corregedora, acrescentando que o encontro de Brasília dará maior visibilidade ao tema. Ela destacou que, além do encontro, outra iniciativa do CNJ foi a edição, no ano passado, da Portaria 1.010, que criou um Grupo de Trabalho exclusivamente para discutir soluções para a problemática feminina nas prisões.

 Eliana Calmon acrescentou que a omissão da sociedade em relação ao encarceramento feminino impede que as mulheres presas se libertem de uma realidade perversa. Falta, segundo ela, uma estrutura adequada para as detentas grávidas. Além disso, inexistem políticas de saúde que atendam às particularidades do gênero feminino. Outro problema se refere a uma presença significativa de crianças nas unidades prisionais – cerca de 200 – em função da ausência de uma política de atenção aos filhos das presas. A corregedora também traçou um perfil das mulheres encarceradas. "Basicamente são mulheres não brancas, têm entre 18 e 30 anos, baixa escolaridade e, em sua maioria, condenadas por tráfico de drogas", afirmou. Segundo ela, muitas vezes a mulher entra na criminalidade por influência do marido ou do namorado. "Geralmente as mulheres presas por tráfico de drogas são aquelas que tentaram entrar nos presídios para levar entorpecentes para os companheiros. Há, aí, um componente afetivo, típico das mulheres.

Muitas delas cometem crimes por amor", concluiu Eliana Calmon.

Fonte Agência CNJ de Notícias

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mão de obra negra sustenta o agronegócio, diz secretária

A mão de obra negra é o eixo que movimenta o agronegócio, diz a secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Presidência da República, Anhamona Silva de Brito.

Anhamona esteve em Ribeirão Preto, a 313 km de São Paulo, um dia depois de a presidente da República Dilma Rousseff lançar na cidade considerada capital do agronegócio o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, que destinará R$ 107,2 bilhões à agricultura empresarial.

A secretária participou do Fórum Social de Ribeirão, braço municipal do Fórum Social Mundial que, neste ano, aconteceu em Dacar entre 6 e 11 de fevereiro.

Para ela, discutir racismo na cidade que cresceu com o agronegócio é um avanço. "Pautar essa questão como algo emergencial e urgente é uma forma de perceber os elementos da opressão, como o racismo e o sexismo", diz.

Anhamona diz que migrantes que vieram do nordeste para trabalhar na agricultura da região conduziram o agronegócio em Ribeirão. "Se retroagirmos no tempo, veremos que essas pessoas são descendentes de africanos e africanas. Se pegarmos essa população, perceberemos que eles não tem os mesmos direitos [que os demais]."

Como política de governo para a população negra, a secretária Anhamona cita o plano de erradicação da miséria. Com ele, o governo federal pretende tirar, até 2014, 16,2 milhões de pessoas da pobreza extrema. O aporte do governo federal para esta ação será de R$ 20 bilhões cinco vezes menos que os recursos destinados ao agronegócio.

Fonte: Folha Uol

sexta-feira, 17 de junho de 2011

ONU destaca importância das parteiras no combate à mortalidade materna

Acesso Universal à Saúde Reprodutiva

O Fundo  de População das Nações Unidas (UNFPA), salientou a importância das parteiras na prevenção da mortalidade materna e infantil, e reiterou que há um déficit global de 350 mil desses profissionais.


UNFPA publicará na próxima segunda-feira, O Estado de Obstetrícia, a primeira análise abrangente dos valiosos serviços oferecidos pelas parteiras, com dados de 58 países em todas as regiões do mundo.

O documento será apresentado em Durban, África do Sul no Congresso 29 ª Trienal de Obstetrícia.

A publicação é apresentada como parte dos esforços para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015 para alcançar o acesso universal à saúde reprodutiva.

Parto é especialmente arriscado no Sul da Ásia e África, onde a maioria das mulheres dão à luz sem assistência médica adequada.

Cada dia 1.000 mulheres são mortas e 5.500 recém-nascidos morrem na primeira semana de vida devido à falta de assistência médica adequada.
 
Teresa Medina
Fonte:ONU

OIT adota resolução para equiparar direitos das empregadas domésticas

OIT aprova equiparação de direitos a empregadas domésticos

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), aprovou ontem (16.06) resolução para equiparar  os direitos de empregadas domésticas às condições de outros trabalhadores.

A adoção do documento, considerada histórica, deverá regularizar a situação de mais da metade das 100 milhões de domésticas em todo o mundo.

O diretor-geral da OIT, Juan Soavia, disse que a medida leva o sistema de padrões da agência, pela primeira vez, à área de economia informal.

Justiça e Igualdade

Pela resolução, empregadas domésticas deverão ter uma carga horária razoável, descanso semanal de 24 horas consecutivas além de outros direitos equiparados aos demais trabalhadores.
Caberá ao governo brasileiro ratificar a Convenção, e iniciar processo para modificar o art. 7º da CF para cumprimento da determinação da OIT.

Dados do Ministério do Trabalho indicam que 15% das trabalhadoras domésticas do mundo estão no Brasil. Existem no País cerca de 7,2 milhões de trabalhadoras nessa classe. Apenas 10% têm carteira assinada. Desde 2008, o número de domésticas aumentou em quase 600 mil.

“A maioria está sem contratos formais de trabalho e submetidas a jornadas excessivas e sem proteção social”, disse Carlos Lupi, Ministro do Trabalho.Segundo o governo, a média é de 58 horas semanais de trabalho para essa classe de trabalhadoras.

Segundo o Ministério, o salário médio de uma empregada doméstica é inferior ao salário mínimo. Os cálculos apontam que não passaria de R$ 400 por mês. “As trabalhadoras domésticas fazem parte de uma das categorias profissionais historicamente mais negligenciadas do mundo do trabalho”, disse Lupi. Segundo o IPEA, um terço dos domicílios chefiados por trabalhadoras domésticas são domicílios pobres ou extremamente pobre

A luta por direitos iguais, 50 anos depois

No mundo, as trabalhadoras domésticos somam mais de 52 milhões de mulheres.A decisão foi votada 50 anos depois do primeiro pedido feito à OIT.

Fonte: Estado

quarta-feira, 15 de junho de 2011

STF considera constitucional "a marcha da maconha"

Decisão unânime do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu a constitucionalidade da chamada "marcha da maconha".
A decisão, unânime, foi tomada no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 187, realizado  nesta quarta-feira (15).

A ação foi ajuizada no STF pela Procuradoria-Geral da República, em 2009, para questionar a interpretação que o artigo 287 do Código Penal tem eventualmente recebido da Justiça, no sentido de considerar as chamadas marchas pró-legalização da maconha como apologia ao crime.

Liberdade de expressão e de reunião

Seguindo o voto do relator, ministro Celso de Mello, a Corte deu interpretação conforme a Constituição ao dispositivo do Código Penal, para afastar qualquer entendimento no sentido de que as marchas constituem apologia ao crime. Para os ministros presentes à sessão, prevalece nesses casos a liberdade de expressão e de reunião. Os ministros salientaram, contudo, que as manifestações devem ser lícitas, pacíficas, sem armas, e com prévia notificação da autoridade competente.

Essa decisão tem eficácia para toda a sociedade e efeito vinculante aos demais órgãos do Poder Público, tendo validade imediata como preveem os parágrafos 1º e 3º do artigo 10 da Lei da ADPF (9.882/99).

Fonte: site STF

terça-feira, 14 de junho de 2011

ONU faz apelo para que Brasil inicie investigação imediata sobre a tortura nos anos da ditadura

Para instituição devolução de caixas com dados de 242 centros de torturas no Brasil deve ser aproveitada; entidade também mostrou insatisfação com apoio do governo a sigilo eterno de documentos.

Jamil Chade / GENEBRA   O Estado de São Paulo
14/06/2011  12h25
 
A ONU apela para que o Brasil inicie de forma imediata uma investigação em torno da tortura e violações de direitos humanos ocorridas durante os anos da ditadura e puna os responsáveis. Para as Nações Unidas, a devolução das caixas com informações sobre a existência de pelo menos 242 centros de tortura no Brasil pelo Conselho Mundial de Igreja deve ser aproveitada para rever a posição do País em relação a como lidar com o seu passado. A ONU não esconde sua insatisfação com a decisão da presidente Dilma Rousseff de manter fechados os arquivos nacionais.

"A esperança que temos agora é de que essa ação de devolução dos arquivos leve o governo brasileiro a agir ", disse o relator da ONU contra a tortura, Juan Mendez. " O Ministério Público brasileiro e juízes precisam honrar esses documentos, abrindo processos contra torturadores e revelando o que de fato ocorreu naqueles anos para que toda a sociedade brasileira saiba do seu passado ", disse.

O Estado obteve confirmações de que os arquivos sobre os crimes incluem um relato detalhado sobre cada pessoa no Brasil sequestrada pelos militares, cada um dos torturados, interrogados e mortos pelas forças de segurança. Segundo o Conselho Mundial de Igrejas, um dos pontos que pode ajudar os processos no Brasil é o fato de que de os militares brasileiros insistiam em garantir um arquivo " invejável " de suas práticas, com detalhes sobre quem foi torturado, por quem e sob qual método.

Segundo fontes na entidade, os documentos listam 242 centros de torturas no Brasil nos anos da ditadura. Nas três caixas que estavam guardadas em Genebra, 200 tipos de tortura aplicadas sobre os brasileiros foram compiladas, afetando 444 pessoas. Seus nomes reais e pseudônimos são descritos com um detalhe que, segundo o Conselho, pode ajudar nas investigações na Justiça brasileira.

Para Mendez, diante das evidências que serão cedidas à Justiça brasileira, uma investigação e punição dos responsáveis não é nada mais do que uma " obrigação " para o Brasil neste momento e seria "surpreendente " que o País se transforme no único de todo o Cone Sul a manter seu passado " abafado ". "O Brasil tem obrigações claras sob o direito internacional ", disse Mendez.

Na ONU, leis de anistia são consideradas como freios à Justiça internacional. Na entidade, a posição é de que tais leis precisam ser abolidas. "Uma reconciliação nacional apenas ocorre quando o direito à verdade é cumprido e todos sabem o que ocorreu ", afirmou o relator da ONU.

Fonte:Jornal Estado

domingo, 12 de junho de 2011

Questão de Belo Monte é levada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU

Direitos Humanos

As violações dos direitos humanos e as ilegalidades no processo de licenciamento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, cuja construção foi autorizada no início de junho pelo governo brasileiro, foram levadas no dia 03 de junho ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, órgão máximo de direitos humanos da instituição. A Justiça Global e a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), conjuntamente com a Conectas Direitos Humanos, manifestaram sua preocupação em relação à atitude do governo brasileiro frente às medidas cautelares solicitadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que solicitou, em abril, a suspensão da obra  até que os direitos à consulta prévia, livre e informada dos povos indígenas seja assegurado. A declaração foi feita durante a 17ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

A fala no Conselho de Direitos Humanos da ONU foi direcionada para a comunidade internacional, que ouviu críticas diretas à postura do Estado diante da determinação da OEA.

Para as organizações de direitos humanos envolvidas no caso, ao manter esta postura truculenta, o Brasil mancha sua imagem internacional e aumenta o custo político de Belo Monte de forma incalculável.

“O governo brasileiro vem ignorando sistematicamente alertas da comunidade científica, da sociedade civil organizada, ambientalistas, ribeirinhos, povos indígenas, do Ministério Público e organizações de direitos humanos”, disse Roberta Amanajás, advogada da SDDH. “Com a liberação da Licença de Instalação, o Brasil passa agora por cima da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, principal órgão de proteção dos direitos humanos das Américas. Como o país pode defender depois posições de fortalecimento de organismos multilaterais e de consenso sobre direitos humanos, se ele mesmo os viola sistematicamente, como no caso de Belo Monte?”, questiona.

Criado em 2006 pela Assembléia Geral, o Conselho de Direitos Humanos (CDH) tem o mandato de “promover o respeito universal pela proteção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de qualquer tipo e de maneira justa e igualitária”.

Fonte site: Justiça Global
Integra da declaração conjunta das organizações no Conselho de Direitos Humanos da ONU,  disponível no site  Justiça Global/Brasil    http://global.org.br/

sábado, 11 de junho de 2011

Tragédia: Adolescente morre com tiro na cabeça disparado por PM em São Paulo

Abordagem policial e morte próximo a faculdade Unicsul na zona leste, São Paulo

O estudante Alisson de Paula Guerreiro de 15 anos morreu no final da noite do dia 10.06, com um tiro na cabeça.O autor dos disparos seria um Policial Militar do 29º Batalhão, do Itaim Paulista.

Moradores da região teriam chamado a PM por causa do barulho vindo dos vários bares da região.
Segundo testemunhas, durante abordagem policial no local, um dos policiais, tentou tirar o capuz de Alisson com a mesma mão em que portava uma arma. Foi quando um tiro acertou a cabeça do adolescente. A Polícia Militar diz que o grupo levava uma sacola suspeita e que o disparo foi acidental.

Em seguida o PM teria colocado o jovem baleado dentro do carro de polícia.
Alisson de Paula Guerreiro foi internado em estado grave na emergência do Hospital Tide Setubal, em São Miguel Paulista.Parentes dele informaram à Agência Record que o rapaz chegou ao hospital com marca de três disparos.Colegas que estavam com ele no local do crime disseram, porém que o rapaz levou apenas um tiro na nuca.

Fonte R 7, com agência Record



                                    
                                   

Em defesa do Território e isolamento

Após intensa campanha da Ong Survival, com apoio das redes sociais em defesa da manutenção de reserva para grupos de indígenas, que vivem isolados sem contato com o mundo exterior, o Ministro da Cultura do Peru anunciou publicamente, em 08 de junho p.p.,  que as reservas dos Murunahua serão preservadas e serão criadas novas áreas para proteção das tribos.

Survival garante que é uma grande vitória para as tribos isoladas da área. A Ong declara  que podem ser aproximadamente 15 tribos isoladas, todas vivem em regiões remotas e isoladas da floresta amazônica
Entre eles estão Cacataibo, o Isconahua, o Matsigenka, o Mashco-Piro, o Murunahua (ou Chitonahua), o Nanti e o Yora.
Agora suas terras tem que ser adequadamente protegidas de madeireiros ilegais.


 © Heinz Plenge Pardo / Frankfurt Zoological Society

Survival informa que tudo que sabem sobre os índios isolados é que querem manter sua privacidade.

Isolamento e Defesa do Território

Em poucas ocasiões em que eles foram vistos ou encontrados, manifestaram o desejo de manterem-se isolados.às vezes reagem de forma agressiva, como forma de defender seu território ou emitem sinais na floresta indicando ordem de afastamento.

Os índios sofreram violência terrível e doenças trazidas por estranhos no passado.Para muitos,  o sofrimento continua até hoje.

Fonte:http://www.survivalinternational.org/

Strauss-Khan:metáfora das práticas do FMI

Leonardo Boff

O leitor ou leitora pensará que foi uma tragédia o fato de o Diretor-gerente do FMI, Strauss-Kahn, ter dado asas ao seu vício, a obsessiva busca por sexo perverso, nu, correndo atrás de uma camareira negra na suite 2806 do hotel Sofitel em Nova York, até agarrá-la e forçá-la a praticar sexo, com detalhes que a Promotoria de Nova York, descreve em detalhes e que, por decência, me dispenso de dizer. Para ele não era uma tragédia. Era uma vítima a mais, entre outras, que fez pelo mundo afora. Vestiu-se e foi direto para o aeroporto. O cômico foi que, imbecil, esqueceu o celular na suite e assim pôde ser preso pela polícia ainda dentro do avião.

A tragédia ocorreu não com ele, mas com a vítima que ninguém se interessa em saber. Seu nome é Nifissatou Diallo, da Guiné, africana, muçulmana, viúva e mãe de uma filha de 15 anos. A polícia encontrou-a escondida atrás de um armário, chorando e vomitando, traumatizada pela violência sofrida pelo hóspede da suite, cujo nome sequer conhecia. A maior parte da imprensa francesa, com cinismo e indisfarçável machismo, procurou esconder o fato, alegando até uma possível armadilha contra o futuro candidato socialista à Presidência da República. O ex-ministro da cultura e educação, Jacques Lang, de quem se poderia esperar algum esprit de finesse, com desprezo, afirmou:”Afinal não morreu ninguém”. Que deixe uma mulher psicologicamente destruida pela brutalidade do Mr. Strauss-Kahn não conta muito. Finalmente, para essa gente, se trata apenas de uma mulher e africana. Mulher conta alguma coisa para este tipo de mentalidade atrasada, senão para ser mero “objeto de cama e mesa”?

Para sermos justos, temos que ver este fato a partir do olhar da vítima. Ai dimensionamos seu sofrimento e a humilhação de tantas mulheres no mundo que são sequestradas, violadas e vendidas como escravas do sexo.

Só uma sociedade que perdeu todo o sentido de dignidade e se brutalizou pela predominância de uma concepção materialista de vida que faz tudo ser objeto e mercadoria, pode possibilitar tal prática. Hoje, tudo virou mercadoria e ocasião de ganho desde o bens comuns da humanidade, privatizados (commons como água, solos, sementes), até órgãos humanos, crianças e mulheres prostituidas. Se Marx visse esta situação ficaria seguramente escandalizado, pois para ele o capital vive da exploração da força de trabalho mas não da venda de vidas. No entanto, já em 1847 na Miséria da Filosofia intuía:”Chegou, enfim, um tempo em que tudo o que os homens haviam considerado inalieável se tornou objeto de troca, de tráfico e podia alienar-se.

O tempo em que as próprias coisas que até então eram comunicadas, mas jamais trocadas, dadas, mas jamais vendidas: adquiridas mas jamais compradas como a virtude, o amor, a opinião, a ciência e a consciência, em que tudo passou para o comércio. Reina o tempo da corrupção geral e da venalidade universal….em que tudo é levado ao mercado”.

Strauss-Kahn é uma metáfora do atual sistema neoliberal. Suga o sangue dos paises em crise como a Islândia, a Irlanda, a Grécia, Portugal e agora a Espanha como fizera antes com o Brasil e os paises da América Latina e da Asia. Para salvar os bancos e obrigar a saldar as dívidas, arrasam a sociedade, desempregam, privatizam bens públicos, diminuem salários, aumentam os anos para as aposentadorias, fazem trabalhar mais horas. Só por causa do capital. O articulador destas políticas mundiais, entre outros, é o FMI, do qual Strauss-Kahn era a figura central.

O que ele fez com Nafissatou Diallo é uma metáfora daquilo que estava fazendo com os paises em dificuldades financeiras. Mereceria cadeia não só pela violência sexual contra a camareira mas muito mais pelo estupro econômico ao povo, que ele articulava a partir do FMI. Estamos desolados.

Fonte:leonardoBOFF.com

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Campanha alerta população sobre o crime de tráfico de pessoas

Ministério da Justiça do Brasil, apoia  campanha realizada pelo International Center for Migration Policy Development (ICMPD): "A decisão de viajar é sua: as consequências também! Seus direitos viajam com você aonde quer que você vá!".

A Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), do MJ, Polícia Federal e o ICMPD, firmaram parceria para alertar a população sobre o tráfico de pessoas no Brasil e no exterior. A campanha consiste na  distribuição de materiais informativos para alertar sobre os perigos e consequências do tráfico de pessoas.Os folders e cartazes serão distribuídos em todos os postos de emissão de passaporte da PF.

No material da campanha, além de informações e dicas de como se prevenir do crime, também constam contatos de organizações que prestam apoio à vitimas deste tipo de violência na Europa, endereços de sites, e um manual de prevenção ao tráfico.

Pesquisa e Perfil das Vítimas traficadas

Semana passada durante seminário sobre tráfico de pessoas, em Brasília, o ICMPD divulgou pesquisa sobre o perfil das vítimas traficadas: geralmente possuem baixa escolaridade, tem entre 20 e 30 anos e expectativa reduzidade de mobilidade social. O estudo mostra ainda a situação das transexuais traficadas que sofrem discriminação e, por isso enxergam na prostituição a única maneira de garantir uma remuneração razoável.Segundo a pesquisa a Europa é o principal destino das transexuais brasileiras.
Brasília, 01/junho/2011

Fonte: site notícias Ministério da Justiça

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Belo Monte, autorizada construção da terceira maior barragem do mundo

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) concedeu em 01/junho, licença para a construção da usina hidrelétrica de  Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.
Segundo o Ibama, o licenciamento "foi marcado por robusta análise técnica e resultou na incorporação de ganhos socioambientais". Entre eles, destaca o instituto, a garantia de vazões na Volta Grande do Xingu suficientes para a manutenção dos ecossistemas e dos modos de vida das populações ribeirinhas.

Belo Monte será a terceira maior barragem do mundo, depois da barragem das Três Gargantas, na China, e a de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A primeira turbina deverá começar a funcionar em 2015 e a última em 2019.


Alemanha anuncia fechamento de todas as usinas nucleares até 2022

Brasília – O governo da Alemanha anunciou dia 30.05, acordo para o fechamento de todas as usinas nucleares do país até 2022. O anúncio, após uma reunião que terminou apenas na madrugada desta segunda-feira (30), foi feito pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Rottgen. A chanceler Angela Merkel criou uma comissão de ética para analisar a energia nuclear após o desastre ocorrido na usina japonesa de Fukushima.


Após o grande terremoto e o tsunami que danificaram a usina japonesa e provocaram um dos maiores desastres nucleares da história, a Alemanha foi palco de grandes protestos contra a energia nuclear.


Rottgen afirmou que os sete reatores mais antigos do país, que já estavam parados por uma moratória determinada pelo governo, além da Usina Nuclear Kruemmel, não serão reativados.Mais seis reatores devem ser desligados até 2021, e os três mais novos devem ser desativados em 2022.

“É definitivo. O fim das últimas três usinas nucleares será em 2022. Não haverá cláusula para revisão”, afirmou o ministro. Antes da reunião que decidiu pelo fechamento das usinas nucleares, Merkel advertiu que muitas questões ainda têm que ser consideradas.

“Se você quer deixar algo, também tem que provar como a mudança vai funcionar e como podemos garantir o fornecimento duradouro de energia sustentável”. Antes da moratória nas usinas nucleares decretada em março, após o acidente em Fukushima, a Alemanha dependia da energia nuclear para 23% de seu suprimento.

A onda de protestos contra a energia nuclear na Alemanha fortaleceu o Partido Verde, que no fim de março venceu as eleições locais em Baden-Wuerttemberg, antes controlada pelo Partido Democrata Cristão, de Merkel.

Fonte: BBC BRASIL